quinta-feira, 28 de maio de 2015

Governo timorense reconhece que houve, no passado, projetos "inflacionados"


Díli, 28 mai (Lusa) - O primeiro-ministro timorense reconheceu hoje que, no passado, houve vários projetos contratados pelo Estado que estavam "inflacionados" e que, análises detalhadas a propostas em curso estão a permitir poupanças significativas.

"No ano financeiro passado há indícios, por exemplo, de que há muitos projetos inflacionados. Precisamos ainda de uma análise mais detalhada sobre isso", disse hoje Rui Maria de Araújo na apresentação do relatório sobre os 100 dias do seu Governo.

Sob o título "Trabalhar com rigor e responsabilidade" o relatório dos 100 dias do VI Governo Constitucional comprova, segundo o primeiro-ministro, terem sido atingidos "alguns progressos significativos".

Entre outros aspetos o relatório refere que desde que tomou posse, a 16 de fevereiro, o Governo analisou 35 novas propostas de infraestruturas, tendo, neste caso conseguido reduzir o seu valor total de 85,6 para 55,7 milhões de dólares, o que representa uma poupança de 29,9 milhões.

Questionado sobre se essa poupança implica que, no passado, tenha havido custos inflacionados, Rui Maria de Araújo reconheceu que aconteceu, frisando que o esforço do executivo demonstra que é possível cortar gastos.

"O que isto prova é que tendo a capacidade para fazer uma análise mais detalha dos projetos se conseguem poupanças", explicou.

O relatório explica que, atualmente, estão em curso 86 projetos de infraestruturas básicas, em setores como eletricidade, estradas e pontes e água e saneamento, entre outros, num valor global de 40 milhões de dólares.

Foi ainda lançada a primeira pedra no sistema de abastecimento de água de Manatuto, instalados 600 contadores elétricos em Oecusse e 5.000 em Maliana e Baucau, tendo o Governo conseguido no setor elétrico receitas de 6,9 milhões, ou 35% das previstas para todo o ano.

No que toca ao desenvolvimento económico, o relatório destaca um novo projeto de irrigação agrícola em 780 hectares de arrozais em Bulutu (Laleia), a inauguração de novas escolas agrícolas e apoio de formação a 12 grupos de agricultores.

Foi ainda implementado o Programa do Centro de Desenvolvimento da Comunidade Agrícola (CDCA) em 40 sucos (freguesias), construídos quase 50 novos tanques de piscicultura e inaugurado um novo centro de produção de sementes em Baucau.

O executivo emitiu licenças e distribuiu 150 mil mudas de árvores para plantar, numa área total de 200 hectares em 12 municípios, tendo concluído a base de dados que permitiu comprovar que em Timor-Leste há 163 tratores "ainda operacionais".

A formação de 220 taxistas de Díli - sobre temas como ética, atendimento, normas e regras de trânsito - e a formação a mais de 100 pessoas no fabrico de tais, gestão e marketing e produção de marmelada foram ainda concluídas neste período.

O Governo estabeleceu ainda, como empresa pública, o Centro de Logística Nacional (CLN), que já forneceu 2.284 toneladas de arroz em todo o país.

ASP // JCS

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