São
Tomé, 15 jul (Lusa) - A são-tomense Maria do Carmo Silveira, indicada para
secretária-executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
afirma-se preparada para promover uma nova "visão estratégica" que
contemple a aposta na economia e na livre-circulação.
Na
primeira entrevista à Lusa após ter sido indicada por São Tomé e Príncipe para
suceder a Murade Murargy no Secretariado Executivo da CPLP, a economista e
atual governadora do Banco Central são-tomense considera que a organização tem
de dar mais atenção às trocas comerciais e chegar às pessoas, fomentando a
mobilidade interna de recursos humanos, bens e serviços.
A
livre circulação "é um grande desafio", mas "eu creio que temos
de evoluir nessa perspetiva" e "permitir que haja troca de experiências",
defende Maria do Carmo Silveira, dando o exemplo do "trabalho
notório" que tem sido desenvolvido pela União dos Exportadores da CPLP.
Antiga
primeira-ministra e ministra das Finanças de São Tomé e Príncipe, Maria do
Carmo Silveira diz ter a experiência necessária para levar a CPLP a outro
patamar.
"Estou
à altura do desafio porque acredito que a CPLP, que completa 20 anos dentro de
alguns dias, se encontra numa fase muito importante porque o mundo evoluiu
bastante, os países que compõem a comunidade também evoluíram bastante",
afirma, considerando que é "preciso que a comunidade acompanhe esse
processo".
Cada
país está inserido numa região ou sub-região económica que condiciona outro
tipo de parcerias, como é o caso de Portugal na União Europeia, reconhece a
futura secretária-geral.
"De
facto, a CPLP é composta por países geograficamente dispersos, em quatro
continentes, pertencendo a organizações regionais diferentes" e é "um
desafio conciliar esses interesses", diz.
"Por
isso é que eu creio que a CPLP precisa de uma nova visão estratégica. E essa
visão tem de ser construída pelos estados-membros" e servir "os
interesses de todos", defende, embora salientando que "a
secretária-executiva executa as orientações estratégicas dos
estados-membros", não lhe cabendo o papel de definir políticas.
Contudo,
sublinha, "o futuro secretário-executivo deve ajudar a construir essa
visão estratégica" focada na economia e nas parcerias económicas.
Maria
do Carmo Silveira deverá tomar posse na cimeira da organização que deve
decorrer este ano no Brasil.
PJA
// MP
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