Lisboa,
24 set (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, Rui Maria Araújo,
manifestou hoje o "mais profundo apreço" pelo secretário-geral das
Nações Unidas, Ban Ki-moon, "por todo o apoio" que o país recebeu nos
seus dez anos de mandato.
"E
porque esta é a sua última assembleia-geral, quero ainda em nome de Timor-Leste
e do nosso povo expressar ao secretário-geral Ban Ki-moon o nosso mais profundo
apreço por todo o apoio que Timor-Leste recebeu ao longo dos seus dez anos de
mandato", afirmou o primeiro-ministro timorense durante o seu discurso nas
Nações Unidas.
"O
seu legado lançou as bases para uma reforma da burocracia, uma reforma das
operações de paz, e impulsionou iniciativas que puseram à frente os direitos
humanos, as alterações climáticas, os refugiados emigrantes. Enquanto símbolo
dos ideais das Nações Unidas, Ban Ki-moon trabalhou por um mundo mais seguro,
pelas mulheres e pelos jovens, pelo desenvolvimento sustentável e pela
importância do papel da prevenção", prosseguiu.
"Este
revela-se o momento oportuno para que, com a experiência acumulada (...), se
ponham em prática as mudanças", salientou Rui Maria Araújo.
Em
"prol do desenvolvimento e da consequente melhoria das condições de vida
do seu povo, apelamos à necessidade célere de desbloqueio comercial, financeiro
e económico por parte dos Estados Unidos da América a Cuba", salientou.
O
primeiro-ministro timorense alertou que não haja qualquer dúvida de que
"sem paz e estabilidade não se pode pensar em desenvolvimento e
vice-versa".
Abordou
ainda a situação dos refugiados e migrantes, que "continuam sem uma
solução e a merecer" o "foco de atenção e apoio".
"Continuamos
a necessitar de uma solução conjunta para pôr termo a esta situação que afeta
milhares de pessoas, entre elas as crianças, continuamos a precisar de
estabelecer um franco diálogo político e parcerias internacionais para
continuar a respeitar os direitos humanos e a assistência humanitária",
disse.
Além
disso, "outros grandes flagelos insistem em afligir o mundo", como os
conflitos na Síria, no Sudão do Sul ou Iemén, entre outros, "estão longe
de ser resolvidos", afirmou, acrescentando esperar que o recente
cessar-fogo na Síria seja um passo para o "caminho para a paz".
"É
urgente que juntos encontremos uma solução", disse, apontando ainda os
casos do povo saraui e da Palestina.
"Timor-Leste
conhece bem o elevado preço da guerra", recordou.
Rui
Maria Araújo reforçou a necessidade de um compromisso e trabalho em conjunto
para combater o terrorismo e o crime organizado, bem como a pirataria e o
tráfico de seres humanos.
O
primeiro-ministro timorense salientou que o país ainda tem fronteiras marítimas
totalmente delimitadas com os seus vizinhos Indonésia e Austrália.
"Estamos
certos que a Austrália, um país importante na nossa região, irá participar e
contribuir de forma positiva para encontrar uma solução justa" que seja
aceitável para ambas as partes.
ALU
// SMA
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