domingo, 25 de setembro de 2016

Timor-Leste expressa "profundo apreço" pelo apoio dado por Ban Ki-moon ao país


Lisboa, 24 set (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, Rui Maria Araújo, manifestou hoje o "mais profundo apreço" pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, "por todo o apoio" que o país recebeu nos seus dez anos de mandato.

"E porque esta é a sua última assembleia-geral, quero ainda em nome de Timor-Leste e do nosso povo expressar ao secretário-geral Ban Ki-moon o nosso mais profundo apreço por todo o apoio que Timor-Leste recebeu ao longo dos seus dez anos de mandato", afirmou o primeiro-ministro timorense durante o seu discurso nas Nações Unidas.

"O seu legado lançou as bases para uma reforma da burocracia, uma reforma das operações de paz, e impulsionou iniciativas que puseram à frente os direitos humanos, as alterações climáticas, os refugiados emigrantes. Enquanto símbolo dos ideais das Nações Unidas, Ban Ki-moon trabalhou por um mundo mais seguro, pelas mulheres e pelos jovens, pelo desenvolvimento sustentável e pela importância do papel da prevenção", prosseguiu.

"Este revela-se o momento oportuno para que, com a experiência acumulada (...), se ponham em prática as mudanças", salientou Rui Maria Araújo.

Em "prol do desenvolvimento e da consequente melhoria das condições de vida do seu povo, apelamos à necessidade célere de desbloqueio comercial, financeiro e económico por parte dos Estados Unidos da América a Cuba", salientou.

O primeiro-ministro timorense alertou que não haja qualquer dúvida de que "sem paz e estabilidade não se pode pensar em desenvolvimento e vice-versa".

Abordou ainda a situação dos refugiados e migrantes, que "continuam sem uma solução e a merecer" o "foco de atenção e apoio".

"Continuamos a necessitar de uma solução conjunta para pôr termo a esta situação que afeta milhares de pessoas, entre elas as crianças, continuamos a precisar de estabelecer um franco diálogo político e parcerias internacionais para continuar a respeitar os direitos humanos e a assistência humanitária", disse.

Além disso, "outros grandes flagelos insistem em afligir o mundo", como os conflitos na Síria, no Sudão do Sul ou Iemén, entre outros, "estão longe de ser resolvidos", afirmou, acrescentando esperar que o recente cessar-fogo na Síria seja um passo para o "caminho para a paz".

"É urgente que juntos encontremos uma solução", disse, apontando ainda os casos do povo saraui e da Palestina.

"Timor-Leste conhece bem o elevado preço da guerra", recordou.

Rui Maria Araújo reforçou a necessidade de um compromisso e trabalho em conjunto para combater o terrorismo e o crime organizado, bem como a pirataria e o tráfico de seres humanos.

O primeiro-ministro timorense salientou que o país ainda tem fronteiras marítimas totalmente delimitadas com os seus vizinhos Indonésia e Austrália.

"Estamos certos que a Austrália, um país importante na nossa região, irá participar e contribuir de forma positiva para encontrar uma solução justa" que seja aceitável para ambas as partes.

ALU // SMA

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