quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Cabo Verde, São Tomé e Timor melhoram, restantes lusófonos pioram no ranking da corrupção

Berlim, 25 jan (Lusa) - Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os únicos países lusófonos que registam uma melhoria no índice sobre a corrupção percecionada, hoje divulgado em Berlim pela Transparência Internacional.

O relatório deste ano, com o sub-título 'O círculo vicioso da corrupção e da desigualdade tem de ser combatido', revela que a Guiné-Bissau é o país lusófono mais mal posicionado, ocupando o 168º lugar entre os 176 países analisados, seguido de perto por Angola, na 164ª posição.

Entre os países de língua oficial portuguesa, Moçambique continua na metade inferior da escala, tendo caído trinta posições, para o 142º lugar. É, de resto, a maior queda entre os países que falam português.

O Brasil, no 79º posto, e Portugal, no 29º, completam a lista dos países lusófonos que viram as suas posições degradar-se este ano, segundo o índice que mede a corrupção percecionada em 176 países.

Em sentido inverso, ou seja, países que registaram uma melhoria, estão apenas três: Cabo Verde, no 38º lugar, São Tomé e Príncipe, em 62º, e Timor-Leste, que passou de 123º para 101º, representando a maior subida no ranking deste ano entre os países lusófonos.

A Guiné Equatorial não é analisada neste relatório, à semelhança do que tem acontecido nos anos anteriores.

A nível geral, o relatório deste ano dá conta de que "a ascensão dos políticos populistas em muitos países é um sinal de alerta" e sublinha que quase 70% dos 176 países analisados têm uma pontuação inferior a 50, numa escala de 0 (percecionados como altamente corruptos) a 100 (percecionados como muito 'limpos').

O documento deste ano revela que há mais países a degradarem a sua posição do que países a melhorarem, "o que mostra a necessidade de uma ação urgente".

"A corrupção e a desigualdade alimentam-se uma da outra, criando um círculo vicioso entre corrupção, distribuição desigual de poder na sociedade, e distribuição desigual de riqueza", acrescenta o documento hoje divulgado em Berlim.

"Em demasiados países, as pessoas são privadas das suas necessidades mais básicas e têm de ir para cama com fome todas as noites por causa da corrupção, enquanto os poderosos e os corruptos desfrutam de vistosos estilos de vida com impunidade", comentou o presidente da Transparência Internacional, José Ugaz.

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