quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Partido Democrático timorense reúne-se em congresso para eleger nova liderança

Os militantes do Partido Democrático (PD) timorense reúnem-se no fim-de-semana em Díli para eleger a sua nova direção, a segunda desde a criação do partido em 2001, e para definir estratégias para o ciclo eleitoral deste ano em Timor-Leste.

"Há imensos candidatos à liderança, o processo de preparação está a decorrer, há uma campanha interna intensa e lobby a ser feito. Está a ser um processo interessante e que está a enriquecer o debate politico interno", explicou à Lusa Lurdes Bessa, uma das vice-presidentes do PD.

Cerca de 1.500 delegados devem participar no que será o 3º congresso do PD (depois das reuniões magnas de 2006 e 2011) que decorre entre sexta-feira e sábado no Centro de Convenções de Díli e de onde sairá a nova liderança e a nova Comissão Política Nacional, com 89 elementos.

O congresso marca a era pós-Fernando Lasama de Araújo, o histórico dirigente juvenil da resistência timorense que presidiu ao partido desde a sua fundação, a 10 de junho de 2001 e até á sua morte, em junho de 2015, numa altura em que exercia o cargo de ministro da Educação.

"Quando o Lasama morreu optou-se por não fazer eleições antecipadas e o vice-presidente Adriano do Nascimento assumiu a presidência. Agora vamos eleger uma nova direção do partido", explicou Lurdes Bessa.

Atualmente a terceira força política em termos de representação parlamentar, o PD nasceu numa altura em que se começaram a afirmar em Timor-Leste novas forças políticas, surgindo como uma alternativa que representava a geração mais nova.

Na altura o PD foi visto como uma alternativa que nascia no espaço do Partido Social Democrático (PSD) a quem roubou algum do apoio eleitoral e hoje vê-se na eminência de poder perder apoio para a mais recente força timorense, o Partido de Libertação Popular (PLP).

"O PD sempre tentou manter canais abertos e diálogos com todos os partidos e assim foi com o PLP desde que foi criado. Em aberto estão todas as possibilidades. Já estivemos no Governo com coligações, não é um processo novo e não pomos de parte qualquer possibilidade", disse.

Na agenda do congresso do próximo fim de semana está ainda a alteração dos estatutos - a primeira revisão desde que foi criado o partido - e a preparação para as eleições presidenciais (o partido tem um candidato, António da Conceição, atual ministro da Educação) e para as legislativas de julho.

Questionada sobre as aspirações presidenciais, Lurdes Bessa mostrou-se convicta de um bom resultado para António da Conceição, referindo-se que além da conjuntura política atual, há uma necessidade de transição geracional.

"Há uma necessidade grande no país em geral de novos líderes, de uma geração nova avançar um pouco mais, independentemente da orientação da geração mais antiga. E estamos a apostar nesse sentimento", disse.

"Há uma forte possibilidade de que o nosso candidato possa passar à segunda volta e ai dar a volta ao resultado. Se conseguirmos passar à segunda volta creio que será um impulso muito grande e talvez consigamos ganhar até as eleições", afirmou.

SAPO TL com Lusa

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