Roger Rafael Soares*, opinião
Francisco
Guterres Lu-Olo, o novo Presidente da República, para o período 2017-2022. A
sua vitória na corrida à Presidência, apoiado pela Fretilin e pelo CNRT, com
especial destaque o apoio de Xanana Gusmão, revela uma vez mais o impacto da
popularidade, legitimidade e carisma de Xanana junto do eleitorado, ao
reverter-se no grande impacto sobre a escolha do candidato e consequentemente
no resultado eleitoral. Ainda que os meios financeiros dos partidos políticos
detenham um papel considerável na influência e mobilização do eleitorado, na
medida em que os capacita a organizar mais comícios, mais propaganda eleitoral
e marketing político, a história e o percurso das personalidades políticas têm
efetivamente um claro peso na hora do eleitorado escolher o candidato.
Personalidades como Xanana Gusmão, Francisco Lu-Olo, Mari Alkatiri, José Ramos
Horta, entre outros, têm contribuído para a construção de um legado envolto de
valores, de princípios, atitudes, de projetos, de contribuições alinhados com
os objetivos do país e do povo. Senão vejamos, antes de Timor-Leste ser
independente, uma longa batalha foi desenvolvida, ao nível da armada, da
diplomacia e da juventude preconizada por várias figuras, contando com o apoio
do povo e da Igreja e dessa forma, foi possível tornar Timor-Leste independente
e livre. Portanto, valores como a liberdade, o respeito e a igualdade foram
conquistados com empenho, luta, sacrifícios, compromisso, responsabilidade,
respeito pela hierarquia, tomada de decisão e dedicação.
E
hoje, o processo de desenvolvimento sustentável do país requer esses mesmos
“ingredientes”. Os desafios nacionais exigem uma atitude pragmática e inovadora
a todos os timorenses/intervenientes no processo de desenvolvimento do país,
novos e velhos são chamados a contribuir. Quando se aborda a questão da
transição geracional, é preciso ter em consideração, em meu entender, que não
há uma data que fixa quando ela irá acontecer. Porque é um processo natural, na
medida em que os novos não estão impedidos de contribuir para o país, nem os
velhos estão a barrar a passagem para os novos. O que dita a transição
geracional é o mérito, a capacidade, a preparação, o trabalho, a dedicação e o
respeito de cada um, tal como foi transmitida na reunião de Dare I e II
sobre a necessidade de preparação das novas gerações. Temos um executivo
exemplo disso, com membros da geração de 75 e membros da dita geração nova.
Aquilo que efetivamente contribuirá para a afirmação da geração nova é e será o
seu empenho, dedicação, responsabilidade, mérito, maturidade, o cumprimento de
metas e compromisso sobre aquilo que almejam para o futuro, transversal a todos
os setores da nossa sociedade. As soluções para a situação atual do país não
são apenas da exclusividade do governo, pois essas soluções também passam pela
contribuição de cada um, quer no trabalho, quer na família e escola.
*Rojer
Rafael T. Soares, Ailili, Manatuto
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