Hong
Kong, China, 10 abr (Lusa) -- Um tribunal de Hong Kong condenou um manifestante
a quatro anos e nove meses de prisão por participar num motim e incendiar um
táxi em fevereiro do ano passado, avança hoje a emissora pública RTHK.
Ao
condenar Yeung Ka-lun, o juiz Anthony Kwok disse esperar que a sentença envie
uma mensagem aos "jovens radicais" de que, se escolherem desafiar as
autoridades, têm de estar preparados para as consequências.
O
juiz disse sentir-se incomodado por colocar Yeung na prisão, notando que o
jovem de 32 anos tinha demonstrado bom caráter antes deste incidente, que
aconteceu na zona comercial movimentada de Mong Kok por ocasião do Ano Novo
chinês de 2016.
No
entanto, Yeung agiu de forma a perturbar gravemente a paz, sublinhou.
O
juiz disse que foi por sorte que o táxi não ficou destruído pelo incêndio, e
acusou Yeung de ignorar o risco de as chamas se espalharem.
Anthony
Kwok disse ainda sobre o caso que a necessidade de dissuadir outros era maior
do que a de ajudar a reabilitar Yeung.
"Uma
vez que alguém viola a lei, não há volta a dar", mesmo que a causa pela
qual protesta seja nobre, disse.
O
juiz defendeu que todos os manifestantes têm de partilhar as consequências das
suas ações, independentemente do que cada um fez individualmente.
A
polícia aplaudiu a condenação, dizendo que reflete a gravidade dos crimes.
Os
distúrbios, que surgiram na sequência de uma operação policial contra venda
ambulante ilegal de comida, resvalaram em confrontos considerados os mais
violentos dos últimos anos e a maior demonstração de descontentamento popular
na antiga colónia britânica desde os protestos pró-democracia do final de 2014.
Mais
de 100 pessoas ficaram feridas, incluindo polícias, manifestantes e
jornalistas, e 65 foram detidas naquele que foi um raro surto de violência em
Hong Kong.
Três
outros manifestantes foram este ano condenados a três anos de prisão por
envolvimento nestes distúrbios.
ISG
(DM/FV) // FPA – Foto: Yeung Ka-lun. Photo: Apple Daily.
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