Díli,
11 out (Lusa) - O líder do terceiro partido timorense responsabilizou hoje a
Fretilin pela rotura nas negociações para uma coligação de Governo, destacando
como maiores diferenças a falta de clareza sobre a modalidade de governação e a
excessiva concentração de poderes.
Taur
Matan Ruak, presidente do Partido Libertação Popular (PLP) e ex-chefe de
Estado, convocou os jornalistas para um encontro na sua residência em Metiaut,
na zona oriental da cidade de Díli, para "esclarecer a posição do
partido" sobre a rotura nas negociações com a Frente Revolucionária do
Timor-Leste Independente (Fretilin) para uma coligação de Governo.
"A
posição da Fretilin não inspira nem confiança nem segurança ao PLP sobre a
modalidade. A Fretilin tinha três: coligação, inclusão e incidência
parlamentar. Isso cria risco por não haver posições claras", afirmou aos
jornalistas.
"O
PLP também não apoia a Fretilin omnipotente, com um Presidente da República da
Fretilin, um primeiro-ministro da Fretilin e o presidente do Parlamento
Nacional da Fretilin", disse, garantindo que o PLP aceitava até posições
secundárias e não insistiu num candidato seu para liderar o parlamento.
Perante estas diferenças e com a Fretilin a negociar com outros partidos - Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), Partido Democrático (PD) e Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) - o PLP sentiu que já não era necessário.
Perante estas diferenças e com a Fretilin a negociar com outros partidos - Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), Partido Democrático (PD) e Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) - o PLP sentiu que já não era necessário.
"Eu
e o PLP atuámos com coragem e boa fé. Mas depois a Fretilin vai falar com o PD
e assina acordo. Quando um jornalista pergunta a Mari Alkatiri (líder da
Fretilin) se o PLP tinha saído ele disse para ir perguntar ao PLP",
afirmou Taur Matan Ruak.
"A
culpa não foi minha ou do PLP, a iniciativa de rotura foi da Fretilin. Nós só
tínhamos dois problemas: a modalidade de governação - queríamos ir pelo seguro,
da coligação - e a questão do parlamento", insistiu.
Mais
tarde, disse, a coligação acabou por ficar minoritária, "não por causa do
PLP mas pela saída do KHUNTO" que na reta final das negociações a três,
com a Fretilin e o PD (que formam a coligação minoritária atual), decidiu sair.
O
líder do PLP afirmou que depois de inicialmente ter declarado que o partido
seria oposição entrou nas negociações com a Fretilin para formação de Governo
"com boa-fé", mas com uma posição assente em "princípios muito
claros".
"Decidi
primeiro ir para a oposição e por isso qualquer mudança já implicava mudar a
minha posição. Mas a Fretilin nem sequer tinha só o PLP como opção, tinha
também outros partidos. Apesar disso, depois de duas reuniões, a 15 e 18 de
agosto, o PLP disse que estava pronto a discutir a coligação", explicou
Taur Matan Ruak.
Haver
um "objetivo claro" para o que se pretendia, "negociar de igual
para igual" - porque, apesar de pequeno e com menos cadeiras, "a
Fretilin precisava do apoio do PLP" para viabilizar o Governo - e procurar
uma solução "win-win" nortearam a posição que o partido levou para as
negociações.
Na
agenda, explicou, o PLP considerou ainda crítico incluir os temas de
"modalidade de governação (...) política (...) programa e participação na
governação".
Depois
de semanas de negociações, o partido mais votado, a Fretilin, acabou por
assinar um acordo de coligação minoritário com o PD - juntos somam 30 dos 65
lugares do Parlamento Nacional.
A
oposição, formada pelos deputados do CNRT, PLP e KHUNTO, anunciaram na semana
passada a sua constituição em bloco alternativo de governação caso o Programa
do Governo seja chumbado - através de uma moção de rejeição -, o que implicaria
a queda do executivo.
ASP
// DM
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