Díli,
21 jul (Lusa) - A Fretilin, segundo partido mais votado de Timor-Leste, acusou
hoje simpatizantes do Partido de Libertação Popular (PLP) de intimidarem
eleitores no distrito de Baucau, denúncia que o partido rejeita e que as
autoridades estão a investigar.
Em
comunicado divulgado na véspera das eleições legislativas, que decorrem no
sábado, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) diz que,
"durante os últimos dias, alguns membros do Partido de Libertação Popular
(PLP) têm vindo a intimidar comunidades" de vários sucos (freguesias) da
zona de Laga, distrito de Baucau, "ameaçando que caso não votem para o seu
partido as suas casas serão destruídas e quem vote contra o PLP será
morto".
A
Fretilin denunciou o caso junto das autoridades eleitorais e das forças de
segurança e pede "que observem e providenciem segurança às comunidades
dessas áreas para permitir que possam exercer o seu direito democrático com
liberdade", refere o secretário-geral adjunto do partido, José Reis,
citado no comunicado.
O
partido pede aos observadores no terreno que estejam "atentos a esta
situação" e à população de Laga "para que não se deixe
intimidar", encorajando os membros da comunidade para que apresentem
queixa junto da polícia.
Fidelis
Magalhães, número dois do PLP, disse à Lusa não ter conhecimento de qualquer
incidente como o que é descrito pela Fretilin, afirmando mesmo que este
comunicado "soa a propaganda antes das eleições".
"A
Fretilin é o segundo partido mais votado no país. E faz pouco sentido que os
militantes da Fretilin sejam ameaçados em Laga. Tentei confirmar com o nosso
pessoal em Laga. Negam que tenha havido qualquer ameaça e dizem que as coisas
estão a correr normalmente", afirmou.
"Como
fizeram a queixa vamos ver o resultado da investigação dos órgãos competentes e
não queremos que isto se torne uma propaganda na véspera da eleição. Há
indícios de que isto possa ser uma propaganda antes das eleições", disse.
Alcino
Baris, presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), confirmou à Lusa que
a entidade recebeu a queixa da Fretilin e que foi dado seguimento imediato ao
caso, tendo a Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) sido instada a investigar
de imediato o que ocorreu.
"A
PNTL tem competência para investigar e para atuar de imediato caso seja
necessário, apurando se de facto isto ocorreu e quem terão sido os autores
deste tipo de coisas", afirmou Baris.
"Temos
que averiguar primeiro o que ocorreu. Não acredito que o partido político em si
esteja a fazer isto. Mas há sempre um ou outro simpatizante que podem ter
cometido estes atos que, se ocorreram, são um crime eleitoral, o da obstrução
da liberdade de escolha eleitoral", afirmou.
As
eleições legislativas em Timor-Leste decorrem no sábado. As urnas abrem entre
as 07:00 e as 15:00, hora local.
ASP
// FPA
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