sábado, 22 de julho de 2017

Fretilin denuncia alegada intimidação de apoiantes do PLP em Laga

Díli, 21 jul (Lusa) - A Fretilin, segundo partido mais votado de Timor-Leste, acusou hoje simpatizantes do Partido de Libertação Popular (PLP) de intimidarem eleitores no distrito de Baucau, denúncia que o partido rejeita e que as autoridades estão a investigar.

Em comunicado divulgado na véspera das eleições legislativas, que decorrem no sábado, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) diz que, "durante os últimos dias, alguns membros do Partido de Libertação Popular (PLP) têm vindo a intimidar comunidades" de vários sucos (freguesias) da zona de Laga, distrito de Baucau, "ameaçando que caso não votem para o seu partido as suas casas serão destruídas e quem vote contra o PLP será morto".

A Fretilin denunciou o caso junto das autoridades eleitorais e das forças de segurança e pede "que observem e providenciem segurança às comunidades dessas áreas para permitir que possam exercer o seu direito democrático com liberdade", refere o secretário-geral adjunto do partido, José Reis, citado no comunicado.

O partido pede aos observadores no terreno que estejam "atentos a esta situação" e à população de Laga "para que não se deixe intimidar", encorajando os membros da comunidade para que apresentem queixa junto da polícia.


Fidelis Magalhães, número dois do PLP, disse à Lusa não ter conhecimento de qualquer incidente como o que é descrito pela Fretilin, afirmando mesmo que este comunicado "soa a propaganda antes das eleições".

"A Fretilin é o segundo partido mais votado no país. E faz pouco sentido que os militantes da Fretilin sejam ameaçados em Laga. Tentei confirmar com o nosso pessoal em Laga. Negam que tenha havido qualquer ameaça e dizem que as coisas estão a correr normalmente", afirmou.

"Como fizeram a queixa vamos ver o resultado da investigação dos órgãos competentes e não queremos que isto se torne uma propaganda na véspera da eleição. Há indícios de que isto possa ser uma propaganda antes das eleições", disse.

Alcino Baris, presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), confirmou à Lusa que a entidade recebeu a queixa da Fretilin e que foi dado seguimento imediato ao caso, tendo a Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) sido instada a investigar de imediato o que ocorreu.

"A PNTL tem competência para investigar e para atuar de imediato caso seja necessário, apurando se de facto isto ocorreu e quem terão sido os autores deste tipo de coisas", afirmou Baris.

"Temos que averiguar primeiro o que ocorreu. Não acredito que o partido político em si esteja a fazer isto. Mas há sempre um ou outro simpatizante que podem ter cometido estes atos que, se ocorreram, são um crime eleitoral, o da obstrução da liberdade de escolha eleitoral", afirmou.

As eleições legislativas em Timor-Leste decorrem no sábado. As urnas abrem entre as 07:00 e as 15:00, hora local.

ASP // FPA

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