Díli,
22 jul (Lusa) - O presidente do Partido Democrático (PD) timorense, terceira
força política do país, disse hoje que, independentemente do resultado das
legislativas, o melhor para Timor-Leste é o multipartidarismo e um Governo de
inclusão.
"Desde
o início que o que o PD propõe é um Governo de inclusão para utilizar todas as
potencias dos cidadãos para governar e participar no processo de
desenvolvimento, construção do Estado e da nação", disse Mariano Sabino,
depois de votar numa escola no Bairro Pité, no centro de Díli.
"O
multipartidarismo está no centro da democracia. Só no multipartidarismo se
dialoga com todos. Se houver uma maioria sozinho, o líder impõe a ação política
e não precisa dialogar", afirmou.
Outrora
uma das vozes da nova geração timorense - fez parte do movimento jovem da
resistência timorense, a Renetil - Sabino foi votar com o filho, Alcon:
"Chama-se Alcon porque é a Luta Continua", explicou, ao apresentar o
filho que cumpriu 17 anos em abril e se estreou como eleitor.
Em
casa "não se fala muito de política", disse Alcon, que faz parte da
nova onda de eleitores jovens, incluindo o primeiro grupo que nasceu já depois
de terminada a ocupação indonésia, em 1999.
Alguns
observadores disseram temer que muitos desses jovens, mais alheados da vida
política e sem um conhecimento próximo do que foi a luta política pela
independência de Timor-Leste, fiquem em casa e não votem.
Por
isso, afirmou Sabino, "é importante que os jovens participem" porque
"o processo de construção do Estado é exercido por todos os cidadãos"
e todos devem participar.
"Votamos
para transformar o Parlamento e o Governo, como afirmação do processo integrado
de libertação do povo e da pátria. Então precisamos todos os cidadãos para
exercer o seu direito. É um voto de mudança, de futuro, do desenvolvimento do
país. Para mim, é importante e continuo a mobilizar todos os cidadãos
timorenses para que votem", explicou.
Escusando-se
a fazer previsões sobre os resultados, o líder do PD saudou a forma tranquila
como decorreu a campanha, que mostrou que Timor-Leste vive "num clima
democrático".
"É
algo que apreciamos. Não vou especular ou fazer previsões, entregamos o destino
às mãos do povo. Estamos preparados para cumprir o que povo nos pedir",
afirmou Sabino.
ASP
// EJ
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