quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Bispo Ximenes Belo realça passo para a paz na Colômbia com atribuição de Nobel


Coimbra, 11 out (Lusa) -- O bispo católico timorense e Nobel da Paz Ximenes Belo afirmou hoje que a atribuição da edição deste ano do mesmo prémio ao Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, "é uma oportunidade" para a pacificação da sociedade colombiana.

O Prémio Nobel da Paz "está bem concedido" a Juan Manuel Santos, "depois do trabalho dele em favor da reconciliação" e para "terminar os conflitos entre a população, o Exército e as FARC", disse Ximenes Belo à agência Lusa.

Na semana passada, o Nobel da Paz foi concedido ao Presidente colombiano como reconhecimento pelos seus esforços de reconciliação nacional, enquanto promotor do acordo de paz entre o Governo do seu país e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), já rejeitado em referendo.

"Creio que é um passo" nesse sentido "e um começo" para que as FARC, guerrilha em atividade há cerca de 50 anos, deponham as armas e os seus membros sejam integrados na sociedade colombiana, defendeu Ximenes Belo.

A distinção do processo de paz neste país da América do Sul, através do seu Presidente, que enquanto ex-ministro da Defesa combateu aquela organização de inspiração marxista-leninista, constitui uma "oportunidade para que, a longo prazo, as pessoas possam reconciliar-se e integrar-se na sociedade, sobretudo as FARC", acrescentou o antigo bispo de Díli, capital de Timor-Leste.

Na opinião de Ximenes Belo, o Nobel da Paz para Juan Manuel Santos será ainda um contributo para "a própria sociedade colombiana receber os seus concidadãos" das FARC, que "são de outra ideologia".

O bispo Ximenes Belo falava à Lusa, em Coimbra, à margem de uma visita ao Instituto Superior de Contabilidade e Administração (ISCAC), que integra o Instituto Politécnico de Coimbra, antes de intervir no auditório da instituição perante centenas de alunos e professores.

Há 20 anos, Ximenes Belo foi agraciado, em conjunto com José Ramos-Horta, com o Nobel da Paz de 1996 pelo seu trabalho "em prol de uma solução justa e pacífica para o conflito" naquela antiga colónia portuguesa, então ocupada pela Indonésia.

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