Coimbra,
11 out (Lusa) -- O bispo católico timorense e Nobel da Paz Ximenes Belo afirmou
hoje que a atribuição da edição deste ano do mesmo prémio ao Presidente da
Colômbia, Juan Manuel Santos, "é uma oportunidade" para a pacificação
da sociedade colombiana.
O
Prémio Nobel da Paz "está bem concedido" a Juan Manuel Santos,
"depois do trabalho dele em favor da reconciliação" e para
"terminar os conflitos entre a população, o Exército e as FARC",
disse Ximenes Belo à agência Lusa.
Na
semana passada, o Nobel da Paz foi concedido ao Presidente colombiano como
reconhecimento pelos seus esforços de reconciliação nacional, enquanto promotor
do acordo de paz entre o Governo do seu país e as Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia (FARC), já rejeitado em referendo.
"Creio
que é um passo" nesse sentido "e um começo" para que as FARC,
guerrilha em atividade há cerca de 50 anos, deponham as armas e os seus membros
sejam integrados na sociedade colombiana, defendeu Ximenes Belo.
A
distinção do processo de paz neste país da América do Sul, através do seu
Presidente, que enquanto ex-ministro da Defesa combateu aquela organização de
inspiração marxista-leninista, constitui uma "oportunidade para que, a
longo prazo, as pessoas possam reconciliar-se e integrar-se na sociedade,
sobretudo as FARC", acrescentou o antigo bispo de Díli, capital de
Timor-Leste.
Na
opinião de Ximenes Belo, o Nobel da Paz para Juan Manuel Santos será ainda um
contributo para "a própria sociedade colombiana receber os seus
concidadãos" das FARC, que "são de outra ideologia".
O
bispo Ximenes Belo falava à Lusa, em Coimbra, à margem de uma visita ao
Instituto Superior de Contabilidade e Administração (ISCAC), que integra o
Instituto Politécnico de Coimbra, antes de intervir no auditório da instituição
perante centenas de alunos e professores.
Há
20 anos, Ximenes Belo foi agraciado, em conjunto com José Ramos-Horta, com o
Nobel da Paz de 1996 pelo seu trabalho "em prol de uma solução justa e
pacífica para o conflito" naquela antiga colónia portuguesa, então ocupada
pela Indonésia.
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