Lisboa, 14 mai (Lusa) -- "A
Afirmação Global das Culturas de Língua Portuguesa" é o primeiro volume da
Coleção "Estudos sobre a CPLP", lançado hoje em Lisboa, visando,
disse a coordenadora da obra, retratar a organização lusófona no seu todo.
O livro, editado pelo Instituto
Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa, foi
lançado na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e é o
resultado da investigação da coordenadora, Sónia Pedro Sebastião, em
colaboração com 13 outros docentes universitários.
"Gostaria muito que não nos
esquecêssemos que existem países que estão ligados à História de Portugal, que
muito contribuíram para aquilo que Portugal é hoje, para o nosso ser português,
e que estão um pouco esquecidos", frisou a professora de Ciências da
Comunicação no Centro de Estudos de Administração e Políticas Públicas do
ISCSP.
"Falamos muito que temos uma
história comum, que temos laços que nos ligam, mas, depois, parece que esses
laços estão a esbater-se um pouco e acabamos por nos esquecer que somos irmãos.
Se Portugal foi ao mundo, Portugal tem agora as portas abertas a estes países e
que ainda podemos estreitar mais estas relações", disse a coordenadora da
obra.
Sónia Sebastião, cuja tese de
doutoramento se intitula "Destino Manifesto Português", abordando
questões da Identidade Portuguesa, destacou que qualquer um dos Estados membros
da CPLP tem uma cultura "riquíssima" que necessita ser mais
divulgada.
"As culturas de expressão
portuguesa são riquíssimas. Há várias formas de viver esta cultura. Temos
países membros com um património cultural e natural brutal que estão um pouco
no anonimato, um pouco escondidos", referiu, salientando o potencial que
existe nos Estados da CPLP -- Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste (a Guiné Equatorial
ficou fora do estudo).
Na génese do livro, disse a
autora da ideia, é o "grande interesse" que tem pelas culturas
lusófonas, destacando que só avançou depois de a investigação inicial para
tentar perceber o que era a CPLP não lhe ter dado retorno.
"Há coisas escritas de
grande valor sobre a Lusofonia, a interculturalidade", mas são pouco
divulgadas, ao contrário das "possibilidades políticas e oportunidades de
negócio", pelo que todos terão de ser "ambiciosos" para projetar
as diferentes culturas.
Segundo Manuel Meirinho,
presidente do ISCSP, o livro é o primeiro da Coleção "Estudos sobre a
CPLP" -- o segundo está na calha e intitula-se "Cidadania
Lusófona" --, e surge num contexto de "crescente afirmação" do
Instituto no espaço da organização lusófona, de que é Observador Consultivo.
Além de Sónia Sebastião, o livro
conta com textos de outros investigadores do ISCSP - Heitor Barras Romana,
Sandra Rodrigues Balão, Mário Pontes, Raquel Barbosa Ribeiro, Filipa Fernandes,
Nuno Canas Mendes, Nuno Ferreira, Alice Trindade, Isabel Soares, Rita Amorim,
Raquel Baltazar, Teresa de Almeida e Silva e Paulo Martins.
A obra hoje apresentada, na
presença da secretária-executiva da CPLP, Maria do Carmo Silveira, está
dividida em 13 capítulos, distribuídos por três partes -- uma caracterização da
CPLP, a matriz cultural e comunicação e "media" e conta com 347 páginas.
JSD
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