quarta-feira, 16 de maio de 2018

ISCSP lança "Afirmação Global das Culturas de Língua Portuguesa


Lisboa, 14 mai (Lusa) -- "A Afirmação Global das Culturas de Língua Portuguesa" é o primeiro volume da Coleção "Estudos sobre a CPLP", lançado hoje em Lisboa, visando, disse a coordenadora da obra, retratar a organização lusófona no seu todo.

O livro, editado pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa, foi lançado na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e é o resultado da investigação da coordenadora, Sónia Pedro Sebastião, em colaboração com 13 outros docentes universitários.

"Gostaria muito que não nos esquecêssemos que existem países que estão ligados à História de Portugal, que muito contribuíram para aquilo que Portugal é hoje, para o nosso ser português, e que estão um pouco esquecidos", frisou a professora de Ciências da Comunicação no Centro de Estudos de Administração e Políticas Públicas do ISCSP.

"Falamos muito que temos uma história comum, que temos laços que nos ligam, mas, depois, parece que esses laços estão a esbater-se um pouco e acabamos por nos esquecer que somos irmãos. Se Portugal foi ao mundo, Portugal tem agora as portas abertas a estes países e que ainda podemos estreitar mais estas relações", disse a coordenadora da obra.

Sónia Sebastião, cuja tese de doutoramento se intitula "Destino Manifesto Português", abordando questões da Identidade Portuguesa, destacou que qualquer um dos Estados membros da CPLP tem uma cultura "riquíssima" que necessita ser mais divulgada.

"As culturas de expressão portuguesa são riquíssimas. Há várias formas de viver esta cultura. Temos países membros com um património cultural e natural brutal que estão um pouco no anonimato, um pouco escondidos", referiu, salientando o potencial que existe nos Estados da CPLP -- Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste (a Guiné Equatorial ficou fora do estudo).

Na génese do livro, disse a autora da ideia, é o "grande interesse" que tem pelas culturas lusófonas, destacando que só avançou depois de a investigação inicial para tentar perceber o que era a CPLP não lhe ter dado retorno.

"Há coisas escritas de grande valor sobre a Lusofonia, a interculturalidade", mas são pouco divulgadas, ao contrário das "possibilidades políticas e oportunidades de negócio", pelo que todos terão de ser "ambiciosos" para projetar as diferentes culturas.

Segundo Manuel Meirinho, presidente do ISCSP, o livro é o primeiro da Coleção "Estudos sobre a CPLP" -- o segundo está na calha e intitula-se "Cidadania Lusófona" --, e surge num contexto de "crescente afirmação" do Instituto no espaço da organização lusófona, de que é Observador Consultivo.

Além de Sónia Sebastião, o livro conta com textos de outros investigadores do ISCSP - Heitor Barras Romana, Sandra Rodrigues Balão, Mário Pontes, Raquel Barbosa Ribeiro, Filipa Fernandes, Nuno Canas Mendes, Nuno Ferreira, Alice Trindade, Isabel Soares, Rita Amorim, Raquel Baltazar, Teresa de Almeida e Silva e Paulo Martins.

A obra hoje apresentada, na presença da secretária-executiva da CPLP, Maria do Carmo Silveira, está dividida em 13 capítulos, distribuídos por três partes -- uma caracterização da CPLP, a matriz cultural e comunicação e "media" e conta com 347 páginas.

JSD

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