Díli,
17 abr (Lusa) - O primeiro-ministro timorense defendeu hoje, perante
responsáveis educativos da CPLP, um consenso nacional para o setor educativo,
com uma aposta renovada no ensino pré-escolar e no fortalecimento do ensino
técnico profissionalizante.
"Num
país como Timor-Leste, em que mais de 50% da população tem menos de 19 anos, se
não apostarmos na educação e na qualificação técnica e profissional dos nossos
jovens vamos enfrentar um problema que não terá solução - o desemprego",
disse Rui Maria Araújo.
"E
já sabemos que este gera frustração, descontentamento e, no final, um risco
para a estabilidade e segurança de qualquer nação", afirmou.
Rui
Araújo intervinha na 1ª Reunião Extraordinária dos Ministros da Educação da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre hoje em Díli
para aprovar um plano estratégico de ação para fortalecer a cooperação
multilateral no domínio educativo.
Um
texto, disse, que constitui "uma oportunidade histórica" para todos
os Estados membros, reconhecendo que, apesar das especificidades nacionais, há
"uma agenda comum que reconhece o interconhecimento dos sistemas
educativos e de ensino técnico profissionalizante".
Destacando
o facto de a educação ser o tema da primeira reunião setorial da presidência
pro tempore de Timor-Leste da CPLP, Rui Araújo considerou a educação de
qualidade e a língua portuguesa como "elementos estratégicos potenciadores
de valor económico".
O
chefe do Governo defendeu que as mudanças políticas não se devem sobrepor à
"efetivação das políticas educativas" e afirmou que, no caso de
Timor-Leste, disse o Governo continua a apostar na melhoria da qualidade dos
serviços educativos, enfrentando ainda "enormes desafios".
Um
dos principais desafios, disse, continua a ser a língua portuguesa, cujo
processo de aprendizagem foi interrompido por mais de 24 anos de invasão
indonésia.
"A
língua portuguesa teve um grande vlor simbólico durante o nosso processo de
luta pela independência e, ainda que represente um desafio, permanecerá sempre
como uma área prioritária na nossa agenda", afirmou.
O
encontro de hoje conta com a presença de representantes de sete dos nove
Estados membros da CPLP - estão ausentes a Guiné Bissau e a Guiné Equatorial -
sendo o Brasil representado pela embaixada em Díli.
Estão
presentes, além dos anfitriões timorenses, o ministro da Educação de Angola,
Pinda Simão, do vice-ministro da Educação moçambicano, Armindo Negunga e do
ministro da Educação, Cultura e Ciência são-tomense, Olindo da Silva e Sousa
Daio.
Participam
ainda, o ministro da Educação e Ciência português, Nuno Crato e o ministro da
Educação, Cultura e Ciência são-tomense, Olindo da Silva e Sousa Daio.
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// JCS
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