Díli,
17 abr (Lusa) - Os problemas que persistem na cooperação entre Portugal e
Timor-Leste na área da Educação estão a ser resolvidos e a coordenação tem que
ser reforçada para que não se voltem a repetir, disse hoje à Lusa o ministro da
Educação português, Nuno Crato.
"Há
um compromisso por parte do governo de Timor-Leste de apressar as coisas, de
resolver rapidamente os problemas que têm ocorrido e dar mais atenção a que os
problemas se resolvam com maior rapidez se voltarem a acontecer", disse à
Lusa.
Crato
falava depois de participar em Díli na 1.ª Reunião Extraordinária de Ministros
da Educação da CPLP, tendo aproveitado a visita a Timor-Leste para encontros
com o primeiro-ministro, Rui Maria Araújo, e com o seu homólogo, Fernando La Sama de Araújo.
Nesses
encontros, analisou alguns dos problemas que têm afetado o programa de
cooperação na área educativa, entre os quais o atraso no envio de professores
de Portugal e o atraso no pagamento por Timor-Leste dos complementos salariais
aos que já estão no país.
"Da
nossa parte há um empenho muito grande nesta cooperação do ensino do português.
Mais do que recursos muitas vezes é preciso é vontade política e organização
das coisas", afirmou.
"E
esta é uma área em que a capacidade de organização e de coordenação entre os
dois Estados pode ser decisiva para que os recursos sejam bem
aproveitados", considerou.
Questionado
sobre o atraso no envio dos professores, Crato disse que se deveu a "um
problema de coordenação que tem que ser resolvido" contando para a sua solução
"com o empenho do senhor primeiro-ministro de Timor-Leste para o
resolver".
Aos
professores portugueses já em Timor-Leste, que não recebem complementos
salariais desde dezembro, disse que todos estão "empenhadíssimos em
resolver a situação" e que ele próprio ouviu "o compromisso da parte
do Governo timorense de que essa situação será resolvida a muitíssimo
curto-prazo".
Nuno
Crato disse que, em Timor-Leste, encontrou "grande recetividade e um
grande empenho em acelerar, estreitar e fortificar a relação com Portugal e com
os professores portugueses".
"Os
professores portugueses em Timor-Leste são professores muito dedicados, que são
acarinhados pelas populações locais, pelos seus jovens e que se sentem bem em
Timor-Leste", afirmou.
Sobre
o debate das línguas de ensino e do ensino das línguas em Timor-Leste, Crato
disse que encontrou um debate "talvez menos radicalizado do que
julgava" com a consciência de todos "da grande importância da língua
portuguesa".
"É
uma língua antiga, estruturada, com dicionários e gramáticas, com instrumentos
de ensino de todas as ordens. Uma língua estabilizada e que todos os nossos
países têm interesse em desenvolver como língua de ensino para os nossos jovens
e de comunicação entre nós", afirmou.
Apesar
das diferenças entre Portugal, de grande homogeneidade linguística e países
como Timor-Leste e Moçambique "onde há várias línguas nativas e em que a
língua oficial ou oficiais não são ainda faladas por toda a população",
Crato disse que todos têm consciência "da importância decisiva do ensino
do português".
Sobre
a reunião destacou os consensos que se geraram em torno as matérias mais
importantes do desafio educativo, como a formação inicial de professores, a
preparação de currículos bem estruturados e o ensino técnico profissional.
ASP
// VM
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