Lisboa, 01 mar (Lusa) - O Mapa de
Risco Político 2018, estudo elaborado pelo grupo líder mundial em corretagem de
seguros e soluções em gestão, prevê que as eleições presidenciais em Cuba,
Brasil e Venezuela possam criar clima de tensão e turbulência.
Este ano, Timor-Leste terá também
eleições no verão, embora sejam legislativas, e o estudo anual da Marsh aponta
igualmente para um índice de risco político, mas classificado como
"baixo".
O estudo indica que Cuba, com o
ato eleitoral que terminará com o ciclo dos irmãos Castro, o Brasil, que terá
eleições presidenciais em outubro, a Venezuela, com sufrágio marcado para 22 de
abril, e Timor-Leste sofrerão "uma deterioração nas pontuações de risco
político de curto prazo".
Enquanto Timor Leste, Cuba,
Venezuela têm pontuação inferior a 49 numa escala de 100 (cinco níveis),
encontrando-se na previsão de instabilidade, o Brasil reúne entre 50 e 59
pontos, o que o coloca no patamar imediatamente acima ao de menor índice.
Em África, Angola, Moçambique,
São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau estão no mesmo nível de pontuação inferior a
49, com Cabo Verde a ser o único país de língua portuguesa a posicionar-se no
grupo de países como o Brasil, Argentina, México (também terá eleições este
ano), Tunísia, Namíbia, África do Sul, Gana e Marrocos.
De acordo com o estudo a mais de
200 países - que analisa as categorias de risco político, macroeconómico,
financeiro e setorial -, a pontuação de risco político para o continente
africano continua baixa e existe "a incerteza em torno das eleições e
sucessões no Quénia, no Gabão e na Costa do Marfim", que levou "a um
aumento do risco político".
O estudo aponta ainda "o
risco de um maior protecionismo ao comércio global", que considerou
"uma ameaça crescente".
"Os gigantes do comércio,
como os Estados Unidos, vão provavelmente procurar restrições adicionais em
2018, após um abrandamento em tais medidas, implementadas em 2017", prevê
o estudo da Marsh, que "pode ser usado para ajudar as empresas a tomar
decisões mais informadas sobre como implementar os recursos financeiros".
Na Europa, as negociações do
Reino Unido para sair da União Europeia "continuam a emergir sobre o cenário
de risco político", como também em Espanha "a instabilidade política
persiste", enquanto "aumentam as preocupações com o surgimento de
partidos antissistemas e eurocéticos" em Itália.
No que concerne a Portugal, o
índice de risco passou de 68,5 em 2017 para 71 em 2018, o segundo nível da
escala até 100.
Portugal faz agora parte dos 27
países com melhor índice e o especialista de risco da Marsh Portugal, Fernando
Chaves, afirmou que "a estabilidade política sentida nos últimos dois
anos, com melhoria de 'ratings', dos índices de confiança no consumo e no
investimento, além da redução do endividamento, são factos que contribuem para
esta evolução positiva de Portugal".
Prevê-se que a
Bósnia-Herzegovina, Bielorrússia, Ucrânia, Síria, Iraque, Israel, Paquistão,
Afeganistão, Coreia do Norte e Myanmar (antiga Birmânia) apresentem índice de
risco político (o nível mais baixo) neste ano.
JOP // EL
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