Díli, 15 mai (Lusa) - Xanana
Gusmão e Taur Matan Ruak, líderes da coligação que venceu as legislativas de
sábado em Timor-Leste, disseram hoje esperar que Mari Alkatiri "se
demita", como prometeu, de responsável da região administrativa especial
de Oecusse.
"A nossa premissa eleitoral
é de que, se vencêssemos, o senhor Mari se retirava. Segundo: o senhor Mari
prometeu que, se não atingisse mais de 20 mil votos, ia resignar", disse
Taur Matan Ruak, número dois da Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), em
conferência de imprensa.
"Estamos à espera que ele
resigne, como 'gentleman', como político, que cumpra a sua palavra",
acrescentou Xanana Gusmão, líder da AMP.
Os comentários surgem na
sequência da vitória da AMP nas legislativas de sábado, em que a AMP conquistou
uma maioria absoluta de 34 lugares entre os 65 do Parlamento Nacional.
Um dos resultados mais
surpreendentes ocorreu na Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno
(RAEOA), em que a AMP bateu a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente
(Fretilin), de Mari Alkatiri - que geriu a região durante vários anos - por uma
diferença de mais de 11.600 votos.
Apesar de líderes da Fretilin
continuarem a gerir a região, o partido obteve apenas 10.800 votos contra os
mais de 22.400 da AMP.
A derrota levou Arsénio Bano -
que ficou a assumir o cargo de presidente interino da RAEOA em substituição de
Mari Alkatiri, quando este assumiu o cargo de primeiro-ministro em 2017 - a
fazer um pedido de desculpa público no Facebook.
Os dois principais líderes da
Aliança de Mudança para o Progresso (AMP) - Xanana Gusmão e Taur Matan Ruak -
fizeram hoje a primeira conferência de imprensa conjunta depois de conhecidos
os resultados do escrutínio municipal do voto.
O encontro com os jornalistas
contou ainda com a presença dos secretário-gerais dos três partidos que
integram a AMP, Francisco Kalbuadi Lay (CNRT), Fidelis Magalhães (PLP) e
Agostinho (KHUNTO).
O voto de sábado deu à AMP uma
maioria absoluta de 34 dos 65 lugares no Parlamento nacional (mais de 305 mil
votos ou 49,56% do total), o que permite que forme o VIII Governo
constitucional sem necessitar de qualquer apoio adicional.
Em segundo lugar ficou a Frente
Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), que liderou a coligação
minoritária do anterior Governo, e que obteve cerca de 211 mil votos, ou 34,27%
do total, mantendo o mesmo número de deputados, 23.
No Parlamento estará também o
Partido Democrático (PD) - parceiro da Fretilin no VII Governo, que perde dois
deputados para cinco, tendo obtido quase 49 mil votos ou 7,95% do total.
ASP // FPA
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