Díli, 13 mai (Lusa) - O
ex-Presidente timorense José Ramos-Horta felicitou hoje a Aliança de Mudança
para o Progresso (AMP) pela vitória com maioria absoluta nas eleições
legislativas antecipadas de hoje, apelando a que nas suas políticas
"cuidem do povo".
"Quero felicitar quem ganhou
e apenas apelar para que cuidem do povo, e revelem um sentido de Estado e
dialoguem com a Fretilin e os outros, para consolidarem a paz e a estabilidade
neste país", disse à Lusa o dirigente histórico timorense.
Ramos-Horta, que fez campanha
pela Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), considerou
essencial que a AMP faça o "melhor que puder para melhorar a governação e
melhorar a vida do povo".
Do lado da Fretilin, disse, o
partido segundo mais votado (controla 23 dos 65 lugares no Parlamento
Nacional), vai fazer uma "oposição forte".
Em declarações à Lusa, José
Ramos-Horta - que este ano vestiu, décadas depois, a camisola do partido que
fundou - escusou-se a analisar mais detalhadamente o resultado e a comentar
aspetos mais concretos, como a grande derrota da Fretilin no enclave de
Oecusse-Ambeno.
Apesar de reconhecer que a AMP
não precisa de ninguém para governar, Ramos-Hota disse que é
"importante" que os "três grandes líderes do país" - Xanana
Gusmão e Taur Matan Ruak, da AMP, e Mari Alkatiri, da Fretilin - se
"sentem e conversem".
"Não têm que estar todos no
Governo, mas devem encontrar a melhor fórmula para consolidar a paz e melhorar
a governação", considerou.
A AMP venceu as eleições
legislativas antecipadas de sábado em Timor-Leste com mais de 305 mil votos, ou
49,56% do total, segundo os dados praticamente finais do Secretariado Técnico
da Administração Eleitoral (STAE).
Os dados dizem referência a um
escrutínio de quase 99%, faltando apenas 9 dos 85 centros de votação do
município de Bobonaro, onde a AMP lidera com ampla vantagem (mais de 51,29% dos
votos).
Com este apoio eleitoral, a AMP,
liderada pelos ex-Presidentes Xanana Gusmão e Taur Matan Ruak, obtém 34 dos 65
mandatos do Parlamento Nacional, o que lhe permite formar o VIII Governo
constitucional sem necessitar de qualquer apoio adicional.
Em segundo lugar ficou a Frente
Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), que liderou a coligação
minoritária do anterior Governo, e que obteve cerca de 211 mil votos, ou 34,27%
do total, mantendo o mesmo número de deputados, 23.
No Parlamento estará também o
Partido Democrático (PD) - parceiro da Fretilin no VII Governo, que perde dois
deputados para cinco, tendo obtido quase 49 mil votos ou 7,95% do total.
ASP // VM
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