domingo, 13 de maio de 2018

Ramos-Horta felicita AMP pela vitória, pede que "cuidem do povo"


Díli, 13 mai (Lusa) - O ex-Presidente timorense José Ramos-Horta felicitou hoje a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP) pela vitória com maioria absoluta nas eleições legislativas antecipadas de hoje, apelando a que nas suas políticas "cuidem do povo".

"Quero felicitar quem ganhou e apenas apelar para que cuidem do povo, e revelem um sentido de Estado e dialoguem com a Fretilin e os outros, para consolidarem a paz e a estabilidade neste país", disse à Lusa o dirigente histórico timorense.

Ramos-Horta, que fez campanha pela Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), considerou essencial que a AMP faça o "melhor que puder para melhorar a governação e melhorar a vida do povo".

Do lado da Fretilin, disse, o partido segundo mais votado (controla 23 dos 65 lugares no Parlamento Nacional), vai fazer uma "oposição forte".

Em declarações à Lusa, José Ramos-Horta - que este ano vestiu, décadas depois, a camisola do partido que fundou - escusou-se a analisar mais detalhadamente o resultado e a comentar aspetos mais concretos, como a grande derrota da Fretilin no enclave de Oecusse-Ambeno.

Apesar de reconhecer que a AMP não precisa de ninguém para governar, Ramos-Hota disse que é "importante" que os "três grandes líderes do país" - Xanana Gusmão e Taur Matan Ruak, da AMP, e Mari Alkatiri, da Fretilin - se "sentem e conversem".

"Não têm que estar todos no Governo, mas devem encontrar a melhor fórmula para consolidar a paz e melhorar a governação", considerou.

A AMP venceu as eleições legislativas antecipadas de sábado em Timor-Leste com mais de 305 mil votos, ou 49,56% do total, segundo os dados praticamente finais do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE).

Os dados dizem referência a um escrutínio de quase 99%, faltando apenas 9 dos 85 centros de votação do município de Bobonaro, onde a AMP lidera com ampla vantagem (mais de 51,29% dos votos).

Com este apoio eleitoral, a AMP, liderada pelos ex-Presidentes Xanana Gusmão e Taur Matan Ruak, obtém 34 dos 65 mandatos do Parlamento Nacional, o que lhe permite formar o VIII Governo constitucional sem necessitar de qualquer apoio adicional.

Em segundo lugar ficou a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), que liderou a coligação minoritária do anterior Governo, e que obteve cerca de 211 mil votos, ou 34,27% do total, mantendo o mesmo número de deputados, 23.

No Parlamento estará também o Partido Democrático (PD) - parceiro da Fretilin no VII Governo, que perde dois deputados para cinco, tendo obtido quase 49 mil votos ou 7,95% do total.

ASP // VM

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