Díli, 13 mai (Lusa) -- Fidelis
Magalhães, dirigente da Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), que venceu
com maioria absoluta as legislativas antecipadas de sábado em Timor-Leste,
prometeu hoje uma "melhor política" para o país.
"Apenas podemos garantir e
prometer que vai haver uma melhor política para a nação", disse Fidelis
Magalhães, em declarações à Lusa em Díli.
Segundo o dirigente, os
resultados das eleições são "uma prova que a maioria do povo de
Timor-Leste está de acordo" e apoia a política da coligação.
Considerando
"prematuro" falar de composição do Governo, do seu próprio papel no
futuro ou de eventuais alianças (ainda que não necessárias) com outras forças
políticas, Fidelis Magalhães disse que a AMP vai acelerar os trâmites para
"por o país a trabalhar".
"A AMP, com o resultado que
tem, vai conseguir resolver tudo brevemente, atuando no tempo mínimo necessário
para fazer trabalhar, pôr a funcionar as máquinas governativas", disse
ainda.
Sobre eventuais alianças,
Magalhães disse que "pela sua natureza" a AMP é uma coligação
"com abertura" e aberta ao diálogo.
Fidelis Magalhães comentou em
concreto o resultado no enclave de Oecusse-Ambeno - a região foi governada por
dirigentes da Fretilin durante os últimos anos, incluindo o próprio
secretário-geral, Mari Alkatiri -- onde a AMP conseguiu agora uma ampla
vitória.
"O povo já falou, o povo de
Oecusse já disse o que pensa e pelos vistos a maneira de gerir Oecusse não está
de acordo com o que o povo quer, sonho para um país livre e independente",
disse.
"O povo já decidiu e mostrou
que não gosta e não se sentiu satisfeito com a maneira como a região de Oecusse
foi governada", acrescentou.
A AMP venceu as eleições legislativas
antecipadas de sábado em Timor-Leste com mais de 305 mil votos, ou 49,56% do
total, segundo os dados praticamente finais do Secretariado Técnico da
Administração Eleitoral (STAE).
Os dados dizem referência a um
escrutínio de quase 99%, faltando apenas nove dos 85 centros de votação do
município de Bobonaro onde a AMP lidera com ampla vantagem (mais de 51,29% dos
votos).
Com este apoio eleitoral, a AMP,
liderada pelos ex-Presidentes Xanana Gusmão e Taur Matan Ruak, obtém 34 dos 65
mandatos do Parlamento Nacional, o que lhe permite formar o VIII Governo
constitucional sem necessitar de qualquer apoio adicional.
Em segundo lugar ficou a Frente
Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), que liderou a coligação
minoritária do anterior Governo, e que obteve cerca de 211 mil votos, ou 34,27%
do total, mantendo o mesmo número de deputados, 23.
No Parlamento estará também o
Partido Democrático (PD) - parceiro da Fretilin no VII Governo, que perde dois
deputados para cinco, tendo obtido quase 49 mil votos ou 7,95% do total.
ASP // VM
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