Seis
meses depois de o Executivo de Xanana Gusmão ter expulsado sete magistrados
portugueses, a cooperação na área da Justiça com Timor-Leste continua suspensa
e alguns dos 12 portugueses que no início do ano ainda se encontravam naquele
país já regressaram a Portugal.
Foi
o caso de três inspectores da Polícia Judiciária - contratados pelo Instituto
Camões ao abrigo do Programa de Justiça da União Europeia e que tinham como
missão dar formação a dezenas de timorenses que irão integrar a nova polícia
científica e de investigação criminal de Timor - cujos contratos
terminaram no passado dia 28 de Fevereiro.
“Os
recentes acontecimentos obrigaram-nos, naturalmente, a proceder a uma
reavaliação da cooperação na área da Justiça, que se encontra suspensa
exactamente para essa reavaliação” - disse ao SOL fonte oficial do Ministério
dos Negócios Estrangeiros, ressalvando que Portugal não quer “abandonar uma
perspectiva de longo prazo”, pois há “interesse numa cooperação profícua e
sectorialmente diversificada com Timor”.
Nove
funcionários portugueses ainda permanecem no país, mas voltarão no final deste
ano, quando terminarem os respectivos contratos. Por outro lado, os 10
timorenses (entre eles dois juízes) que se encontravam em Portugal, ao abrigo
de acordos de cooperação bilateral e multilateral, já regressaram ao seu país
no final do ano passado, uma vez que a formação terminou nessa altura.
Originalmente,
Timor contou com a colaboração de 32 portugueses nesta área, mas tudo mudou
quando em Outubro do ano passado o Executivo de Xanana Gusmão expulsou sete
juízes.
Sónia
Graça - SOL
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