terça-feira, 1 de setembro de 2015

Cooperação técnico-militar luso-timorense deve apostar na formação de formadores


Díli, 31 ago (Lusa) - A cooperação técnico-militar luso-timorense deve apostar cada vez na formação de formadores, progredindo de acordo com o reforço das capacidades de Timor-Leste, disse hoje diretor-geral de Política de Defesa Nacional (DGPDN) de Portugal.

Nuno Pinheiro Torres proferiu hoje uma palestra sobre o futuro da cooperação técnico-militar luso-timorense, organizada em Díli por ocasião do 5.º aniversário do Instituto de Defesa Nacional (IDN).

"É muito importante a formação de formadores. E é bom sinal que Timor-Leste deixe de necessitar de formação em áreas em que já está capacitado", disse Pinheiro Torres, relembrando que o programa de cooperação entre os dois países nesta área já dura há 14 anos.

"A ideia não é estagnação da cooperação. Temos que formar os timorenses para terem capacidade de formar. Precisamos de ter resultados tangíveis. Se há alguma formação ou programa que decorre há 10 anos sem resultados, tem que ser reavaliado", sublinhou.

Pinheiro Torres referiu que o investimento "relativamente elevado" que Portugal faz anualmente no âmbito da sua cooperação com Timor-Leste "não se prende com interesses estratégico na região" mas antes se deve à "relação histórica" e ao facto dos dois países integrarem "uma comunidade linguística comum".

Na sua intervenção, o DGPDN referiu-se aos grandes desafios que enfrentam atualmente as forças de defesa timorenses, nomeadamente o fortalecimento da capacidade de proteção dos recursos marítimos e o debate sobre se Timor-Leste deve ou não ter uma componente área nas Forças de Defesa (F-FDLT).

Sob tutela do Ministério da Defesa Nacional, a Direção-Geral de Política de Defesa Nacional (DGPDN) "tem por missão garantir a assessoria técnica na formulação das grandes linhas de ação da política de defesa, no planeamento estratégico de defesa e nas relações externas de defesa".

Cabe ainda à DGPDN a responsabilidade pelo planeamento, estudo e elaboração de propostas de orientações de nível político-estratégico, acompanhamento e ponderação da respetiva execução e a promoção e coordenação da política de cooperação técnico-militar.

Recorde-se que a cooperação técnico-militar luso-timorense - centrado em grande parte na formação - remonta a fevereiro de 2001, tendo sido alvo de dois grandes acordos bilaterais, um de 2002 e outro de 2011, com quatro quadros programa.

O acordo atualmente em vigor tem cinco componentes: Instituto Defesa Nacional, Centro de Instrução Militar, Componente Naval, Componente Terrestre e Programa de Ensino Militar em Portugal.

ASP // VM

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