Lisboa,
29 nov (Lusa) - Portugal já aprovou financiamento de 17 milhões de euros para
projetos de países de língua portuguesa na área das alterações climáticas,
principalmente de energias renováveis, água e saneamento, disse hoje fonte da
Agência Portuguesa do Ambiente.
"Temos
um montante de financiamento já aprovado, e que tem vindo a ser desembolsado ao
longo do tempo, a rondar 17 milhões de euros, com um conjunto muito
significativo de projetos", avançou o diretor do departamento das
Alterações Climáticas da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Em
declarações à Lusa, Eduardo Santos especificou que aqueles projetos abrangem
áreas "bastante diferentes", desde estratégias de baixo carbono a
planos para aproveitamento da biomassa florestal, de apoio ao saneamento urbano
ou o mapeamento de fontes de energia renovável.
O
programa de apoio ao desenvolvimento e cooperação na área das alterações
climáticas foi criado em 2010, dirige-se a Cabo Verde, São Tomé e Príncipe,
Moçambique, Angola, Guiné-Bissau e Timor-Leste e junta a APA e o Camões,
Instituto da Cooperação e da Língua na avaliação dos projetos propostos por
aqueles países.
A
iniciativa portuguesa teve origem nas decisões da convenção das partes das
Nações Unidas para as alterações climáticas, visando a ajuda à capacitação dos
países em desenvolvimento na mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças do
clima, podendo concretizar-se através de financiamento ou de transferência de
tecnologia.
"Neste
momento, temos praticamente cobertos todos os países [do programa] e Moçambique
foi aquele que apresentou um conjunto mais significativo de projetos",
havendo propostas a beneficiar mais do que uma nação, segundo Eduardo Santos,
que exemplificou com uma associação entre Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e
Moçambique para desenvolver em conjunto áreas de interesse comum, na vertente
das alterações climáticas.
Os
projetos financiados estão "praticamente todos" em concretização e a
área da energia, principalmente as renováveis, é a mais concorrida, seguida das
águas e resíduos.
O
atlas para as energias renováveis em Moçambique foi o primeiro projeto a ficar
concluído e conseguiu "resultados bastante interessantes, em termos de
mapeamento num país riquíssimo em recursos renováveis", explicou Eduardo
Santos.
Tratou-se
de mapear o potencial de Moçambique nas energias renováveis com base no sol,
vento, ondas e geotermia e identificar possibilidades de projetos a
desenvolver, fornecendo ao Governo deste país um "instrumento
importante" de decisão.
Também
é em Moçambique o exemplo de um projeto que integra a componente transferência
de tecnologia, aquele das "aldeias solares", que prevê a instalação
de painéis fotovoltaicos em 50 localidades moçambicanas.
Além
deste programa de cooperação, Portugal contribuiu com dois milhões de euros
para o Fundo Verde do Clima, uma iniciativa internacional destinada a financiar
a adaptação dos países em desenvolvimento às e que deverá ter um orçamento de
100 mil milhões de dólares até 2020.
EA // EL
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