Pequim,
29 nov (Lusa) -- O Presidente chinês, Xi Jinping, reconheceu que tirar da
pobreza os 70 milhões de cidadãos que se calcula viverem nessa situação é ainda
"uma tarefa árdua", comprometendo-se a construir "uma sociedade
moderadamente próspera" até 2020.
"Nenhuma
região ou indivíduo que viva na pobreza será deixado para trás", disse Xi
durante uma reunião do Conselho de Estado, no sábado, indica hoje a agência
oficial Xinhua.
Xi
apelou aos governantes locais, sobretudo os das regiões menos desenvolvidas,
para que elevem a redução da pobreza a prioridade para os próximos cincos anos,
e defendeu que os rendimentos dos agricultores das áreas mais desfavorecidas
cresçam a um ritmo superior ao da média nacional nos próximos cinco anos.
Por
seu lado, o primeiro-ministro, Li Keqiang, também presente no encontro,
defendeu a melhoria das infraestruturas nas zonas rurais, incluindo estradas,
acesso a água, eletricidade e internet.
Li
propôs, como medida para tirar 10 milhões de chineses da pobreza até 2020, a
aposta na relocalização, e sublinhou que os governos locais devem assegurar que
as pessoas realojadas têm empregos estáveis no local de acolhimento.
Os
líderes manifestaram-se também a favor de um aumento do orçamento nacional para
a educação nas áreas pobres, de modo a prestar mais serviços aos chamados
"left-behind children" (crianças deixadas para trás), casos em que um
ou dos pais se mudaram para outra zona do país em busca de emprego.
Na
China ainda existem quase 70 milhões de menores separados dos seus pais, cerca
de 30% da população infantil, segundo números da Unicef, um fenómeno que ganhou
força em 1980 com o incentivo à industrialização do país e o aparecimento de
novas oportunidades de emprego nas cidades.
Xi
assegurou que a despesa do Governo vai aumentar, bem como o investimento
privado, as políticas fiscais preferenciais, os empréstimos e subsídios, entre
outros incentivos financeiros para combater a pobreza.
Nas
últimas décadas a China conseguiu tirar 400 milhões de pessoas da pobreza
graças ao seu rápido crescimento económico, uma situação que, no entanto,
agravou o fosso entre ricos e pobres no país, que hoje tem um dos maiores
índices de desigualdade do mundo.
Após
décadas de crescimento a dois dígitos, a China vive um momento de desaceleração
económica que está a tentar aproveitar para implementar com um modelo mais
sustentável, centrado no aumento da procura interna e não nas exportações e
investimentos.
ISG//ISG
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