Lisboa,
07 dez (Lusa) - O novo Governo português reafirmou hoje o empenhamento na
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e apresentará, em 2016, um nome
para suceder ao diplomata moçambicano Murade Murargy na liderança do
secretariado executivo.
A
intenção foi expressa pelo novo ministro dos Negócios Estrangeiros português,
Augusto Santos Silva, que concretizou hoje o seu primeiro ato público com uma visita
à sede da CPLP, em Lisboa, onde se reuniu com Muragy e com os representantes
dos nove estados membros da comunidade lusófona.
"É
intencional, porque quis que a minha primeira visita fosse à sede da CPLP. É
uma visita de cortesia, para assinalar, política e publicamente, o máximo
empenhamento de Portugal no desenvolvimento dos laços que unem todos os Estados
membros em torno da Língua Portuguesa na CPLP", afirmou Santos Silva.
Saudando
o trabalho de cooperação já feito pela própria CPLP, o novo chefe da diplomacia
portuguesa lembrou que Portugal está a contribuir na elaboração, em curso, da
nova visão estratégica da comunidade, processo que disse esperar estar
concluído antes de março de 2016.
"A
nova visão estratégica significará um novo horizonte entre os Estados membros e
para a afirmação da CPLP. Portugal tem estado empenhadíssimo e assim continuará
a ser. (?). A nossa expectativa é a de que, no encontro ministerial de Lisboa,
a 17 de março de 2016, se possa concluir esse trabalho, a tempo de poder ser
apresentada aos chefes de Estado e de Governo na cimeira de julho, no Brasil",
disse.
Sobre
a sucessão de Murade Murargy, que terminará em julho próximo o segundo mandato
à frente do secretariado executivo, Santos Silva referiu que caberá a Portugal
apresentar "um candidato ou candidata", mas não avançou qualquer
nome.
"Essa
proposta será feita de forma a que o novo secretário-executivo esteja tanto à
altura dos desafios que a CPLP enfrenta como à altura da qualidade dos
secretários-executivos anteriores", sublinhou, garantindo que a política
externa portuguesa irá manter-se.
"A
política externa portuguesa é do Estado português. Tem sido marcada pela
continuidade. Todos os partidos políticos portugueses estão de acordo nos
princípios e valores gerais que guiam a política externa. Há um grande consenso
em termos das grandes linhas de atuação e a marca será a continuidade",
assegurou.
Sobre
a questão dos Direitos Humanos no espaço lusófono, nomeadamente em Angola e na
Guiné Equatorial, onde existem denúncias de violações, Santos Silva foi
evasivo.
"Os
Direitos Humanos são um dos valores constitutivos da CPLP e, como tal, todos os
Estados Membro da CPLP se vinculam ao Estado de Direito, ao respeito pelos
Direitos Humanos e à prática da democracia", respondeu.
JSD
// PJA
Sem comentários:
Enviar um comentário