As autoridades indonésias subiram
de 62 para 222 o número de mortos no tsunami que atingiu a Indonésia este
sábado. Uma erupção vulcânica estará na origem do fenómeno.
Subiu para 222 o número de
vítimas mortais do tsunami da Indonésia. Num último balanço divulgado pelas
autoridades, citado pela Reuters, há ainda a registar 843 feridos e pelo menos
28 desaparecidos, numa altura em que as operações de busca prosseguem. O tsunami
atingiu as prais de Anyar, no Estreito de Sunda, na Indonésia.
As autoridades indonésias
confundiram inicialmente o tsunami com uma maré crescente e chegaram a apelar à
população para não entrar em pânico, noticiou a agência de notícias
France-Presse. "Foi um erro, sentimos muito", escreveu na rede social
Twitter o porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Desastres, Sutopo Purwo Nugroho.
O tsunami foi desencadeado por
uma maré anormal associada a um deslizamento submarino causado pela erupção do
vulcão Anak Krakatoa. O tsunami atingiu Lampung, Samatra, e as regiões de
Serang e Pandeglang, em Java.
"A combinação causou um
tsunami repentino que atingiu a costa", segundo a agência. A área mais
afetada foi a região de Pandeglang, na província de Banten, em Java, que
abrange o Parque Nacional de Ujung Kulon e praias populares, de acordo com as
autoridades.
Imagens captadas durante um
concerto mostram a força do tsunami, que levou tudo à frente, deixando várias
de vítimas mortais e feridos.
O vulcão Anak Krakatau, no
Estreito de Sunda, que liga o Oceano Índico ao Mar de Java, tem 305 metros de altura
está localizado a cerca de 200 quilómetros a sudoeste da capital Jacarta,
onde tem sido registada atividade desde junho. De resto, em julho, as autoridades
ampliaram a proibição de acesso para uma área de dois quilómetros à volta da
cratera.
O vulcão foi formado após a
erupção do Krakatoa em 1883, que não só destruiu a ilha onde se erguia como
também criou a atual ocupada pelo Anak Krakatoa, não sem que antes deixasse um
rasto de devastação bem ilustrada nos mais de 36 mil mortos então registados.
O pior tsunami na Indonésia
aconteceu a 26 de dezembro de 2004 no norte de Samatra e causou cerca de 230
mil mortes numa dezena de países banhados pelo Oceano Índico, dos quais 168 mil
em território indonésio.
A Indonésia é o quarto país em
número de habitantes e também um dos mais castigados por desastres naturais. A
localização geográfica da Indonésia, no Anel de Fogo do Pacífico, e o número de
vulcões ativos no país, mais de cem, tornam a nação propensa a grande atividade
sísmica, que habitualmente passa despercebida à população.
Rute Fonseca | TSF | com Lusa |
Foto: Reuters
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