terça-feira, 21 de abril de 2015

Timor-Leste cita trabalho da CPLP para inspirar líderes asiáticos e africanos


O ministro dos Negócios Estrangeiros da Timor-Leste, Hernâni Coelho, citou hoje em Jacarta o trabalho realizado na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para inspirar os líderes asiáticos e africanos a cooperarem para a prosperidade.

No discurso que proferiu diante de representantes de dezenas de países africanos e asiáticos e que foi disponibilizado à imprensa ao final do dia, o governante defendeu uma "via prática" para rejuvenescer a Nova Parceria Estratégia Ásia-África e fortalecer a Cooperação Sul-Sul, com vista a "promover a paz mundial e a prosperidade".

Vários governantes encontram-se reunidos em Jacarta para preparar a cimeira de comemoração do 60.º aniversário da Conferência Ásia-África e do 10.º aniversário da Nova Parceria Estratégia Ásia-África, onde são esperados 34 líderes das duas regiões, bem como representantes de 77 países.

"Neste espírito, Timor-Leste, tem durante os últimos anos dedicado esforços consideráveis, proporcionais à sua capacidade, para colocar em prática esta nobre filosofia, trabalhando em estreita colaboração com um grupo de Estados frágeis, conhecido como o g7 +, à parte de outras estruturas, tais como [a comunidade] dos países de língua portuguesa", exemplificou.

Para o chefe da diplomacia timorense, os princípios norteadores da Declaração de Bandung, em 1955, "ainda são relevantes nos dias de hoje, se tivermos em conta as realidades da conjuntura política, social e económica" na região.

Hernâni Coelho refletiu sobre o "papel cada vez mais inegável" dos dois continentes no mundo económico e político e na "ordem mundial do novo século", falando, por exemplo, nos recursos, nas dinâmicas demográficas e no potencial económico.

"Mas claro que não podemos ignorar as condições extremas que muitos dos nossos países membros enfrentam. Desastres naturais, epidemias, guerras civis, extremismo e atos de terrorismo são uma combinação mortal que pode facilmente fazer descarrilar as oportunidades que temos", alertou.

No discurso, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste deu o exemplo da Palestina, defendendo "o direito dos palestinianos à sua independência e a necessidade de encontrar um acordo de paz único para resolver o conflito" na região do Médio Oriente.

Líderes dos países africanos e asiáticos procuram nesta cimeira revitalizar os princípios defendidos em 1955, numa altura em que lutavam contra a opressão colonial e o domínio das principais potências mundiais e defendiam a independência, a paz e a prosperidade económica dos estados dos dois continentes.

O Presidente de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, também participará na cimeira que decorre esta semana na Indonésia.

AYN // VM  // Lusa

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