O
ministro dos Negócios Estrangeiros da Timor-Leste, Hernâni Coelho, citou hoje
em Jacarta o trabalho realizado na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP) para inspirar os líderes asiáticos e africanos a cooperarem para a
prosperidade.
No
discurso que proferiu diante de representantes de dezenas de países africanos e
asiáticos e que foi disponibilizado à imprensa ao final do dia, o governante
defendeu uma "via prática" para rejuvenescer a Nova Parceria
Estratégia Ásia-África e fortalecer a Cooperação Sul-Sul, com vista a
"promover a paz mundial e a prosperidade".
Vários
governantes encontram-se reunidos em Jacarta para preparar a cimeira de
comemoração do 60.º aniversário da Conferência Ásia-África e do 10.º
aniversário da Nova Parceria Estratégia Ásia-África, onde são esperados 34
líderes das duas regiões, bem como representantes de 77 países.
"Neste
espírito, Timor-Leste, tem durante os últimos anos dedicado esforços
consideráveis, proporcionais à sua capacidade, para colocar em prática esta
nobre filosofia, trabalhando em estreita colaboração com um grupo de Estados
frágeis, conhecido como o g7 +, à parte de outras estruturas, tais como [a
comunidade] dos países de língua portuguesa", exemplificou.
Para
o chefe da diplomacia timorense, os princípios norteadores da Declaração de
Bandung, em 1955, "ainda são relevantes nos dias de hoje, se tivermos em conta
as realidades da conjuntura política, social e económica" na região.
Hernâni
Coelho refletiu sobre o "papel cada vez mais inegável" dos dois
continentes no mundo económico e político e na "ordem mundial do novo
século", falando, por exemplo, nos recursos, nas dinâmicas demográficas e
no potencial económico.
"Mas
claro que não podemos ignorar as condições extremas que muitos dos nossos
países membros enfrentam. Desastres naturais, epidemias, guerras civis,
extremismo e atos de terrorismo são uma combinação mortal que pode facilmente
fazer descarrilar as oportunidades que temos", alertou.
No
discurso, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste deu o exemplo da
Palestina, defendendo "o direito dos palestinianos à sua independência e a
necessidade de encontrar um acordo de paz único para resolver o conflito"
na região do Médio Oriente.
Líderes
dos países africanos e asiáticos procuram nesta cimeira revitalizar os
princípios defendidos em 1955, numa altura em que lutavam contra a opressão
colonial e o domínio das principais potências mundiais e defendiam a
independência, a paz e a prosperidade económica dos estados dos dois
continentes.
O
Presidente de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, também participará na cimeira que
decorre esta semana na Indonésia.
AYN
// VM // Lusa
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