Jacarta,
21 abr (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de
Timor-Leste, Hernâni Coelho, anunciou hoje que vai organizar um encontro com os
vários países africanos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
que participam na cimeira Ásia-África na Indonésia.
Em
declarações à agência Lusa em Jacarta, o chefe da diplomacia de Timor-Leste,
país com a presidência rotativa da CPLP desde julho do ano passado, não avançou
uma data para o encontro, que terá de acontecer entre quarta e quinta-feira.
Embora
já se encontrem em Jacarta representantes de vários países da CPLP, como
Timor-Leste, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Guiné Equatorial, a parte mais
importante da cimeira terá início na quarta-feira.
A
ideia é aproveitar a presença dos vários países para abordar "assuntos que
têm a ver com o secretariado da CPLP em Timor", "a data da
organização do Conselho de Ministros" que ocorrerá em breve no território
timorense e "talvez também abordar assuntos relacionados com a visão
estratégica da CPLP", justificou.
O
ministro recusou dizer se está preocupado com as recentes notícias relativas à
Guiné Equatorial, como a denúncia de violações à Carta da CPLP feita pelas
organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos EG Justice,
Conectas Direitos Humanos e Human Rights Watch.
"É
uma questão relativa, depende do ponto de vista com que estamos a ver as
coisas. Neste momento, por exemplo, não posso comentar sobre uma situação em
que não tenho uma informação atualizada sobre o que se passa. Se não, estaria
então, neste momento, a generalizar", disse.
O
governante respondeu que vai contactar as autoridades do país africano
"para perceber como as coisas estão a funcionar, para ver a realidade do
país e os funcionalismos todos".
"Essa
foi a filosofia que nós adotámos, do envolvimento e não do isolamento, e agora
é óbvio que as coisas não acontecem de um dia para outro", voltou a
defender, alertando que é necessário tratar alguns assuntos
"cuidadosamente" e "considerar sensibilidades e os princípios
universais que regulam essa matéria".
Recentemente,
o político da Guiné Equatorial e secretário-geral da Convergência para a
Democracia Social, Andrés Esono Ondo, esteve detido durante dez horas.
Em
março, o advogado Ponciano Mbomio Nvó, ativista dos direitos humanos na Guiné
Equatorial, afirmou que não está em curso qualquer processo de abolição da pena
de morte, contrariando a posição do seu Governo junto de instituições
internacionais.
A
suspensão da pena de morte era uma das condições exigidas para fazer parte da
CPLP, cujos estatutos incorporam compromissos com a democracia, os direitos
humanos e a justiça social.
AYN
(CSR) // VM
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