Díli,
28 jul (Lusa) - Timor-Leste assinalou hoje pela primeira vez o dia mundial da
hepatite iniciando uma campanha informativa sobre a doença cuja prevalência em
Timor-Leste é intermédia a alta, afetando sobretudo mulheres e crianças.
O
objetivo é prevenir, informar e consciencializar o público em geral, enquanto
as autoridades avançam com medidas e estratégias que levem à criação, no
futuro, de um Centro de Hepatite no país.
É
a primeira vez que Timor-Leste se junta a esta jornada mundial convocada pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) para chamar a atenção para uma doença que
afeta dezenas de milhões de pessoas todos os anos.
Só
no sudeste asiático, e segundo explicou hoje João Pedro Xavier, diretor clínico
do Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV), ocorrem anualmente 14 milhões de
novos casos.
Em
Timor-Leste, disse à Lusa Daninha Coelho, infeciologista e coordenadora de
consultas de hepatite do HNGV, não há dados precisos sobre a dimensão da
doença, ainda que a informação disponível aponte valores idênticos aos da
região.
Assim,
por exemplo, entre 8.683 dadores de sangue analisados entre 2009 e 2013 foram
detetados 583 casos de hepatite B.
"Semanalmente,
aparecem sempre 5 ou 6 novos casos. Isso mostra que há muitos mais casos do que
pensávamos até aqui", afirmou, considerando que pouco se tem feito em
Timor-Leste para combater esta doença.
Timor-Leste,
acrescentou, continua sem aplicar várias das recomendações internacionais para
combate à hepatite - tanto na prevenção, como no tratamento - denotando a falta
de atenção que esta - como outras doenças - continua a ter no país.
"Queremos
mudar isso, começar a dar atenção à doença. Poder vacinar todas as crianças,
pelo menos as nascidas de mães infetadas, é o nosso objetivo até ao final do
ano"; disse.
Segundo
Daninha Coelho, os dados indicam que grande parte dos casos de hepatite se dá
por contágio de sangue entre mãe e filhos.
"Não
temos rastreio, nem vacina e o contágio e transmissão ocorre durante a
gravidez", explicou.
O
objetivo do Governo é tomar medidas para lidar com todos os tipos de hepatites,
tendo um centro para lidar com os vários tipos onde haja, entre outras
iniciativas, campanhas de formação alargadas a todo o país.
"Para
já, estamos a avançar com as campanhas de informação para tentar evitar mais
casos", explicou.
ASP
// VM
Sem comentários:
Enviar um comentário