Díli,
06 mai (Lusa) - O ministro da Educação timorense garantiu hoje à Lusa que
continuará no executivo como independente, desvinculando-se das atividades
diárias do seu partido, o PD, para garantir a estabilidade governativa até às
eleições de 2017.
"Foi
uma decisão pessoal e política do partido, de que continuaremos a dar o nosso
contributo para garantir a estabilidade governativa que se criou em 2015, até
2017", afirmou António da Conceição.
O
governante explicava assim a sua decisão e a de mais cinco membros do Partido
Democrático (PD) que integram o executivo, de se desvincularem das atividades
partidárias e ficarem no Governo como "independentes".
Recorde-se
que Dionísio Babo, secretário-geral do maior partido, o Congresso Nacional de
Reconstrução Timorense (CNRT) escreveu aos seis companheiros do Governo a
pedir-lhes para decidirem se pretendem ficar como independentes no Executivo ou
demitir-se das funções depois de o CNRT ter dado por finda a coligação com o
PD.
O
mesmo argumento foi usado pela bancada do CNRT no Parlamento Nacional para esta
semana destituir a mesa do parlamento, afastando os dois elementos do PD que a
integravam, e elegendo uma nova mesa composta apenas por deputados da sua
bancada, que tem maioria relativa.
Todos
os seis membros do Governo que eram do PD, incluindo António da Conceição que
era membro do Conselho Político Nacional (CPN), confirmaram por carta a decisão
de ficar como independentes.
"Participámos
no Governo como membros do bloco de coligação, mas desde que o CNRT pediu uma
decisão, nós os membros do PD enviámos uma carta oficial confirmando a nossa
posição enquanto independentes, na nossa atuação dentro deste governo",
explicou.
O
governante timorense afirmou que a decisão implica o seu "afastamento das
atividades diárias do partido" mas que não se impõe, por isso,
"quaisquer limites ao direitos de ser um cidadão timorense, com opções
políticas".
"O
mais importante para mim é não fazer uma intervenção política do partido dentro
das atuações do Governo", disse.
António
da Conceição disse que a decisão não prejudicará o partido no voto de 2017, já
que esta foi uma decisão para "contribuir para a governação e manter a
continuidade da governação".
Agora,
disse, apesar disso, "se o partido mais votado quiser afastar os membros
do PD, alegando que já não há bloco, poderá haver outras consequências
inclusive jurídicas, sobre a legitimidade e legalidade deste governo".
"Cabe
ao CNRT decidir se o Governo ainda é legitimo ou legal", disse.
De
referir que desde que tomou posse no inicio de 2015 o Governo liderado por Rui
Maria de Araújo é formado por vários elementos do CNRT, estes seis elementos do
PD e outros, incluindo o próprio chefe de Governo, que são militantes da
Fretilin.
ASP
// APN
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