Díli,
25 fev (Lusa) - O antigo Mercado Municipal de Díli, outrora o maior espaço
comercial da capital timorense, acolhe a partir de hoje o encontro empresarial
da lusofonia, Ásia e Pacífico, com centenas de empresários de mais de 25
países.
Transformado
por uma empresa portuguesa de arquitetura, a Gonçalo Lencastre Arquitetos, o
agora Centro de Convenções de Díli converteu-se hoje num centro de negócios, de
promoção empresarial e de contactos entre empresários, naquela que é a maior
feira empresarial de sempre em Timor-Leste, o 1.º Fórum Económico Global da
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre até sábado.
Este
é o principal evento com vista à concretização da ambição da presidência
timorense da CPLP: alicerçar o pilar económico e empresarial da comunidade.
Estão
inscritos cerca de 400 delegados, entre eles, representantes de empresas de 25
países, que estão em Timor-Leste para estudar oportunidades no país, conhecer o
dinâmico mercado da Ásia e Pacífico e promover os vários mercados lusófonos.
Todos
se mostram numa montra decorada por um dos principais símbolos do comércio
mundial: o contentor.
Vários
contentores foram modificados para acolher os 'stands' empresariais e um outro,
representando um totem ao comércio, marca a entrada principal, traduzindo as
ambições de fomentar os laços económicos, objetivo dos organizadores, públicos
e privados, envolvidos no projeto.
O
espaço em si foi reinventado, mas a parede principal do edifício, na fachada,
mantém-se idêntica à original, que data de antes da Segunda Guerra Mundial e
mantém a inscrição "Mercado Municipal de Díli".
Pinhas
e outros elementos vegetais decoram a estrutura onde hoje estão três letras
metalizadas, CCD (Centro de Convenção de Díli) e o símbolo do Governo
timorense, preservando-se, no topo da estrutura, a esfera armilar e o escudo de
armas de Portugal. No total, o complexo ocupa uma área de cerca de um hectare.
Não
é a primeira vez que o espaço acolhe 'sons' da lusofonia e parece ter feito o
mesmo percurso que muitos na CPLP defendem que deve fazer a própria
organização: trabalhar com os alicerces da língua e da cultura mas apostar
noutras vertentes, no pilar económico e empresarial.
Há
13 anos, a 01 de março de 2003, abria neste espaço o evento que estreou as suas
novas funções, a 1.ª Feira do Livro Lusófono de Timor-Leste, com 120 mil
volumes e 20 mil títulos.
Por
coincidência, o responsável por essa iniciativa, Rui Rasquilho, na altura
responsável do Instituto Camões, está novamente em Díli e com um 'stand' no
Fórum Económico da CPLP.
Sócio
diretor da empresa portuguesa ARM-Apprize - parceira do grupo timorense GMH-H
num dos maiores projetos do país, o Sistema Nacional de Cadastro (SNC) -,
Rasquilho mostra-se satisfeito pelo progresso de Timor-Leste, a que regressou
há alguns anos como empresário.
"É
muito positivo ter voltado a Timor-Leste com um projeto empresarial com um
sócio timorense e a participar num grande evento que coloca este novo país no
mapa da lusofonia e da Ásia e do Pacífico", disse à Lusa.
"Este
local era um espaço de comércio deste antes da Segunda Guerra Mundial, foi
espaço de promoção da língua e da cultura portuguesa e agora volta a ser espaço
de diálogo empresarial e comercial entre muitos países", notou.
ASP
// MP
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