Macau,
China, 14 jun (Lusa) -- O Governo de Macau transmitiu hoje a "resposta
ativa" das autoridades da vizinha província chinesa de Guangdong relativamente
à central nuclear em construção a menos de 70 quilómetros da cidade e prometeu
continuar a acompanhar de perto a situação.
Em
comunicado, o executivo refere ter recebido "uma resposta ativa" por
parte do congénere de Guangdong sobre a central nuclear de Taishan que, em
suma, garante a segurança, isto depois de meios de comunicação social de Hong
Kong terem reportado que a unidade, na fase final de construção, apresenta
problemas que podem levar à ocorrência de incidentes.
Segundo
a resposta reproduzida pelo Governo de Macau, a construção e os materiais foram
avaliados rigorosamente pela Administração Nacional de Segurança Nuclear,
"sendo certo que as autoridades nacionais tomaram como referência os
trabalhos de avaliação de segurança nuclear da França e da Finlândia".
"Desde
2008, o organismo tem vindo a investir em mais de 400 peritagens por ano no
sentido de melhorar o trabalho de avaliação, realizaram nove projetos de
diagnóstico e questionário (...) e realizaram-se cinco reuniões de grande envergadura",
refere a mesma nota, que salienta que, desde a autorização para a construção da
central, em 2009, foi destacado um grupo de inspeção para fiscalizações 'in
loco'.
Durante
o período de construção, foram realizadas 18 fiscalizações periódicas, 58
temáticas e mais de 700 diárias, e divulgados, em paralelo, por via do
Ministério de Proteção Ambiental, relatórios sobre a betonagem e a avaliação de
segurança, detalha.
"Atendendo
ao aparecimento de problemas de irregularidade e de qualidade durante o período
de construção da central nuclear, a Administração Nacional de Segurança Nuclear
procedeu, em conformidade com as exigências e procedimentos da lei, a trabalhos
de acompanhamento", acrescenta o comunicado.
Diz
ainda que a entidade, através de acordos bilaterais, recorrendo a quadros
internacionais, procedeu a intercâmbios e ações de cooperação suficientes com
os serviços de fiscalização de segurança nuclear da França e da Finlândia, no
reforço do controlo de conceção de projetos, construção e testes de controlo de
qualidade.
"De
momento, o sistema de garantia de qualidade da energia nuclear tem um
funcionamento eficaz e mantém-se sob controlo. A unidade 1 entrou em fase de
teste de preparação antes do carregamento e na unidade 2 está a ser instalado o
equipamento", refere.
O
Governo de Macau indicou ter convidado especialistas nacionais para se
deslocarem ao território para apresentarem e explicarem o assunto e apoiarem o
Governo "numa avaliação e revisão de aperfeiçoamento do plano de
contingência de acidentes de segurança nuclear" da Região Administrativa
Especial.
No
início do mês, a maior associação pró-democracia de Macau acusou o Governo de
não ter noção do risco de um eventual problema na central nuclear e exigiu que
anunciasse planos de contingência.
A
Novo Macau advertiu que, em caso de incidente, Macau será "diretamente
afetada", atendendo a que o risco não é apenas o de "exposição",
mas também ao nível do abastecimento de água e de comida, assegurado em grande
parte pela província vizinha.
A
central de Taishan, um projeto fruto de uma parceria sino-francesa -- entre a
China Guangdong Nuclear Power (CGN) e a Électricité de France (EDF) --,
pretende iniciar operações dos dois reatores no próximo ano, mantendo o
calendário apesar das notícias.
DM
// VM
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