Díli,
13 out (Lusa) - A corrupção nos departamentos governamentais, administração
pública e outros organismos é "generalizada" e pode mesmo ser
considerada "endémica" em Timor-Leste, segundo um relatório preparado
para o executivo timorense.
O
relatório, divulgado esta semana, sublinha haver uma "perceção geral de
que muita da corrupção está relacionada com pequenos subornos pagos para
facilitar a obtenção de serviços públicos básicos".
Ainda
assim, refere que "a corrupção de alto nível predomina nos Ministérios das
Finanças, da Educação, da Saúde e do Interior, envolvendo sobretudo aquisições
e obras públicas, áreas nas quais os sistemas e controlos sobre as despesas
estão mal concebidos e mal implementados".
As
conclusões fazem parte do relatório de "Avaliação Nacional de Riscos de
Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo" em Timor-Leste,
que acompanha o Plano Estratégico Nacional de Combate ao Branqueamento de
Capitais e ao Financiamento do Terrorismo (2016 - 2020).
Os
documentos foram preparados pela Comissão Nacional para a Implementação das
Medidas Destinadas ao Combate ao Branqueamento de Capitais e ao Financiamento
do Terrorismo (CNCBC) e divulgados esta semana pelo ministro da Justiça, Ivo
Valente.
"Se,
por um lado, a quantidade de práticas de corrupção é, sem dúvida, mais
expressiva entre os funcionários mais jovens, que procuram complementos aos
seus salários, por outro, a corrupção de alto nível concentra-se muito mais
naqueles que ocupam cargos de maior senioridade, que são os responsáveis
diretos pelas decisões relacionadas com a alocação e desembolso de fundos
governamentais", refere o relatório.
"A
ausência de dados específicos sobre a extensão das práticas de corrupção
impossibilita avaliar a verdadeira dimensão da ameaça do branqueamento de
capitais. Contudo, tendo em conta o facto de que a corrupção se ramifica ao
longo do setor público, alcançando os mais altos cargos da administração, a
ameaça é, sem dúvida, muito séria e pode ser encarada, com um elevado grau de certeza,
como a principal fonte de proventos de origem criminosa em Timor-Leste",
sublinha.
Segundo
o documento, desde 2011 a Comissão Anticorrupção (CAC) investigou um total de
437 casos de corrupção, a maior fatia por abuso de poder (127) e apropriação
indevida de bens públicos (92).
Há
ainda casos investigados diretamente pelo Ministério Público, que não estão
neste relatório, explica o texto.
ASP
// MP
Leia brevemente no Timor Agora o artigo de Beatriz Gamboa: ENDEMIA DA CORRUPÇÃO EM
TIMOR-LESTE, OUTRA MÁ HERANÇA DA OCUPAÇÃO INDONÉSIA
1 comentário:
TIMOR-LESTE ESTA COPIAR O SEU PADRINHO PORTUGUES,,,,,SER OS CORRUPTOS NO SECULO 21!!....PARABENS....
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