sábado, 19 de novembro de 2016

Timor-Leste prepara-se para ter primeiro orçamento da Segurança Social em 2017


Díli, 18 nov (Lusa) - Timor-Leste deverá ter pela primeira vez em 2017 um orçamento próprio para a Segurança Social que se espera que seja aprovado em paralelo ao processo de votação do Orçamento Geral do Estado.

A proposta do Orçamento da Segurança Social foi aprovada e enviada para o parlamento esta semana, visando criar um "orçamento independente, que integra verbas entregues pelos trabalhadores e respetivas entidades empregadoras".

Segundo o Governo, o diploma garante "a inscrição transparente de todas as receitas e despesas" e surge na sequência da histórica aprovação em outubro do Regime Contributivo da Segurança Social, que entra em vigor a 01 de janeiro de 2017.

Esse regime definia que o orçamento da Segurança Social "consagra-se como o instrumento central de controlo e acompanhamento da evolução e planeamento do sistema pelos órgãos de soberania, dispõe de um leque de mecanismos de controlo e aprovação similar aos que assistem o Orçamento Geral do Estado, sendo apreciado e aprovado separadamente em ciclos igualmente anuais".

No final de outubro, e na sequência da aprovação desse regime, o Governo aprovou o decreto-lei da criação do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), já enviado para a Presidência da República para promulgação.

Integrado na administração indireta do Estado, o INSS será responsável por gerir e executar o sistema de Segurança Social aprovado pelo Parlamento Nacional a 18 de outubro.

Cabe ao Instituto "elaborar e gerir o orçamento, garantir o reconhecimento dos direitos e o cumprimento das obrigações específicas e assegurar a aplicação dos acordos internacionais no âmbito da Segurança Social".

"Timor-Leste tem vindo, desde 2008, a aprovar, progressivamente, um conjunto de programas e medidas de proteção social, visando a realização do direito à segurança social e à assistência social", recorda o preâmbulo do decreto.

Processo, sublinha, que representa mais um passo "para a construção de um regime contributivo de segurança social, que constitui um pilar fundamental da coesão social".

"A opção de gestão sob a mesma entidade de todo o sistema de segurança social assegura a coerência dos diferentes regimes e uma simplificação no relacionamento da administração com os beneficiários e contribuintes", explica.

"Constitui, igualmente, opção que a mesma entidade assegure a gestão de todo o ciclo de processo do sistema de segurança social, com exceção da gestão do Fundo de Reserva da Segurança Social, o qual tem um regime próprio", refere ainda.

Classificada como histórica, a aprovação do regime da Segurança Social foi mais um passo no trabalho feito até aqui em Timor-Leste a nível de medidas e programas de assistência e ação social e a nível de segurança social, que são, nos dois casos, de natureza não contributiva.

Timor-Leste gasta anualmente cerca de 150 milhões de dólares em várias prestações sociais não contributivas: regime transitório para funcionários públicos (1,32 milhões), assistência social, incluindo a pensão dos veteranos (106 milhões), apoio a idosos e inválidos (30,9 milhões) e bolsa de mãe (8,5 milhões), entre outros.

ASP // MP

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