quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Maior partido da oposição avança com aliança para evitar eleições antecipadas em Timor-Leste

Díli, 18 out (Lusa) - O líder parlamentar do maior partido da oposição timorense disse hoje que a formação decidiu integrar uma aliança de maioria parlamentar para tentar que a legislatura se mantenha e se evitem eleições antecipadas.

Arão Noé Amaral disse à Lusa que essa é a vontade do partido liderado por Xanana Gusmão, o Congresso Nacional de Reconstrução Timorense (CNRT), refletido na decisão do partido se unir com o Partido Libertação Popular (PLP) e com o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) para formar a Aliança de Maioria Parlamentar (AMP).

O deputado disse que o CNRT não tinha mudado de posição e quer continuar na oposição, como reiterou esta semana Xanana Gusmão, durante uma visita à ilha da Madeira.

A decisão de integrar é "para não deixar que se o Governo cair se vá para eleições antecipadas", disse Arão Amaral, numa referência a um dos cenários a que o Presidente timorense pode recorrer se o programa do Governo for chumbado duas vezes e, consequentemente, o Executivo cair.


"Fizemos uma alternativa com a aliança de três partidos para assegurar, se este programa não passar, que temos uma alternativa para garantir a governação até fim do mandato da quarta legislatura", disse.

Arão Amaral reiterou que essa é "a decisão do partido e não da bancada", que "a bancada está a executar a política do partido e também está lá dentro a orientação" de Xanana Gusmão.

"Xanana Gusmão disse que quer ser oposição. Quer estar na oposição para aprender se o programa passar. Mas se não passar, o CNRT como segundo mais votado tem uma aliança para garantir as coisas", disse.

"Por isso queremos salvaguardar para não se avançar para antecipadas porque temos uma força alternativa que garante um governo estável para a sua governação", acrescentou.

O líder da bancada do CNRT disse não haver contradição entre as posições dos partidos da AMP. "Há diferenças", mas também um esforço de procura de entendimento, sublinhou.

O programa do Governo está em debate até na sexta-feira, no máximo, podendo qualquer das bancadas apresentar uma moção de rejeição, depois da qual o Governo tem até 30 dias para regressar novamente com o programa ao parlamento.

Se esse documento for novamente chumbado, o Governo cai.

ASP // EJ | Foto: emissão GMN TV

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