Chuvas torrenciais que assolaram
praticamente todo o território timorense esta semana causaram graves danos a
estradas e casas em vários pontos do país, disseram hoje à Lusa diferentes
autoridades timorenses.
A situação agravou-se durante a
noite de quarta-feira e madrugada de hoje com grande parte do país a ter chuvas
torrenciais, que no caso da capital provocaram danos em dezenas de casas.
Vários espaços públicos,
incluindo escolas, estavam hoje inundados, com os sistemas de drenagem, alguns
recentemente construídos, incapazes de aguentar a elevada chuva e, em
particular, os detritos - incluindo terra e pedras - que a água arrastava.
Na zona oriental da cidade, os
habitantes das colinas tiveram uma noite "muito difícil", como
explicou à Lusa um dos jovens que hoje estava a ver os danos provocados pela
chuva.
No que toca às estradas, a
circulação, tanto para oeste como para sul, para quem viaja da capital, está
bastante dificultada, como confirmou à Lusa Mariano Renato da Cruz,
vice-ministro de Desenvolvimento para Obras Públicas.
Na zona entre Liquiçá e Maubara,
por exemplo, a estrada - cujas obras ficaram prontas há menos de um ano - ficou
cortada devido a um grande deslizamento de terras, que chegou a prender um
camião, sem vítimas a registar.
"Temos equipas a avaliar a
situação e a determinar exatamente se a empresa responsável pela obra tem ou
não responsabilidade nisto. Estamos a recolher os dados e depois vamos decidir
como atuar", explicou.
Igualmente problemático é o
acesso para sul, na zona de Dare onde a estrada está praticamente intransitável
com sucessivos abatimentos a deixar a estrada em "muito mau estado",
segundo o vice-ministro.
"Estamos também a ver a
situação. Precisamos de tomar medidas imediatas, provisórias, para permitir
melhorar o tráfico ali, mas depois precisamos fazer um estudo mais adequado
para tomar decisões mais permanentes", explicou.
O vice-ministro sublinhou que
houve várias zonas da capital que não aguentaram a chuva, com cheias a afetarem
muitas casas.
"Houve problemas em vários
pontos da cidade. O sistema de drenagem não é muito bom. E o problema não é só
água mas outro material que vem nos rios e nas ribeiras, como terra e
pedras", afirmou.
"Tivemos ajuda das Águas de
Portugal a fazer um estudo para implementar um 'masterplan' em Díli mas ainda
não podemos avançar. Por isso temos feito intervenções para resolver apenas
coisas a curto prazo, mas não a longo prazo", afirmou.
O impacto das chuvas em Díli tem
sido cada vez maior com a cidade a ter hoje mais habitantes do que nunca,
muitos a construírem ilegalmente em zonas que, outrora, eram de armazenamento
ou de escoamento de água.
Lixo, assoreamento nas ribeiras e
sistemas de drenagem que em muitas zonas são desadequados - há zonas onde foram
instalados mas sem ligação a qualquer lado, por exemplo - agravam o problema.
O facto de muitos residentes da
cidade, especialmente os que migraram de outros distritos, terem construído as
suas casas nas montanhas e colinas que rodeiam a cidade implica que a erosão é
cada vez maior.
Lusa | em TSF | Imagens em
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