Melbourne, Austrália, 05 mar
(Lusa) -- A audiência do número três do Vaticano, o cardeal australiano George
Pell, um dos mais próximos conselheiros do papa Francisco, começou hoje na
Justiça australiana, que determinará se ele pode ser julgado por agressões
sexuais.
O cardeal Pell não emitiu
declarações ao subir as escadas do tribunal de Melbourne, escoltado por dezenas
de polícias, enquanto alguns manifestantes que o aguardavam brandiam cartazes e
gritavam frases como "Vai para o inferno! Vai para o inferno, George
Pell!" ou diziam esperar que "se faça justiça".
Havia também na assistência
apoiantes do cardeal, como Beverly Hastie, que declarou: "Conheço-o e é inocente,
um homem bom, um santo homem".
O prelado de 76 anos, que está de
licença para poder defender-se, foi formalmente acusado, em junho de 2017, de
"crimes de agressão sexual" que terão sido cometidos há vários anos e
que ele categoricamente desmente.
Nem a idades das presumíveis
vítimas, nem os pormenores e a natureza exata dos crimes foram tornados
públicos, tendo-se as autoridades limitado a referir que existem
"múltiplos queixosos".
A audiência no tribunal de
Melbourne deverá durar quatro semanas, ao longo das quais poderão ser
convocadas cerca de 50 testemunhas, que serão ouvidas à porta fechada, o que
poderá levar até duas semanas.
Em seguida, o tribunal decidirá
se o caso é suficientemente sólido para justificar o envio do clérigo a
julgamento.
Nomeado arcebispo de Melbourne em
1996 e de Sydney em 2001, George Pell foi escolhido em 2014 pelo papa Francisco
para tornar mais transparentes as finanças do Vaticano.
ANC // ANC
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