segunda-feira, 13 de maio de 2019

Economia de Timor-Leste no vermelho pelo segundo ano consecutivo


A economia timorense recuou 8% em 2018, depois de uma queda de 4,5% em 2017 e de uma quase estagnação no ano anterior, segundo dados do Fundo Monetário Internacional. O Fundo espera, contudo, um crescimento de 6,6% este ano.

2018 marcou o segundo ano de contração da economia de Timor Leste. Segundo os dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia timorense recuou 8% em 2018, depois de uma queda de 4,5% em 2017 e de uma quase estagnação no ano anterior. Para 2019, contudo, o FMI espera um regresso ao crescimento, apontando para uma expansão de 6,6%.

Os dados, que confirmam o impacto na economia da crise política que o país viveu, fazem parte do relatório que resulta da consulta efetuada no âmbito do Artigo IV do FMI, por uma equipa que visitou Timor-Leste no final de março.

O relatório mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) do sector petrolífero recuou 18,3% no ano passado, depois de recuos anuais de mais de 4 por cento por ano em 2016 e 2017.

No que se refere ao PIB não petrolífero, a economia cresceu 5,3% em 2016, mas depois viveu uma forte contração de 4,6% em 2017, permanecendo praticamente estagnada no ano passado.

O menor gasto público fez com que o défice da conta corrente externa tenha caído quase metade para 10% do PIB em 2017, em comparação com o ano anterior, com importações reduzidas.

"Uma má colheita de café levou a um declínio nas exportações não petrolíferas, mas as receitas de exportação de petróleo melhoraram com o aumento dos preços do petróleo", refere o documento.

Segundo o FMI, os "riscos a médio e longo prazo estão vinculados ao progresso na implementação de reformas fiscais e estruturais" no país, sendo um dos principais desafios do país "conseguir uma maior diversificação económica".

O FMI refere ainda o "progresso insuficiente na redução da dependência do setor público e na geração de mais empregos no setor privado", o que continuará a fazer pressão adicional nas finanças públicas. Isso colocaria em risco "a sustentabilidade fiscal a longo prazo e contribuiria para deteriorar os resultados do mercado de trabalho".

Elogiando os progressos desde a independência em 2002, os responsáveis do FMI que visitaram Timor-Leste saudaram a retoma em crescimento económico a curto prazo, apesar de sublinharem que o país continua a enfrentar grandes desafios.

Garantir a sustentabilidade fiscal de longo prazo, fortalecer a capacidade institucional, gerar empregos para uma população jovem e em rápido crescimento e continuar a desenvolver o sistema financeiro são alguns dos principais desafios.

A equipa do FMI destaca "a necessidade de adotar uma estratégia fiscal confiável e proteger os ativos do Fundo Petrolífero do país" enfatizando "a necessidade de melhorar o controle e aumentar a eficiência dos gastos e melhorar a mobilização de receitas".

O FMI refere ainda a "solidez do sistema bancário" e elogia as "melhorias no sistema de pagamento.
O processo de consulta do Artigo IV, refere-se ao artigo do regulamento do FMI que prevê consultas anuais aos países-membros, nas quais são feitas avaliações do desempenho macroeconómico.

Lusa | Expresso

Sem comentários: