sábado, 25 de abril de 2015

Empresários portugueses, cabo-verdianos e guineenses juntam-se para "conquistar" mercado africano


Cidade da Praia, 24 abr (Lusa) - Associações empresariais de Portugal e de Cabo Verde incluíram hoje as da Guiné-Bissau para procurar parcerias que resultem em possibilidades de investimento no mercado da África Ocidental, disse hoje à agência Lusa fonte oficial.

Francisco Mantero, presidente da ELO e em representação da Associação Industrial Portuguesa - Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI), falava à Lusa na Cidade da Praia no final de um seminário subordinado ao tema "Cabo Verde como Plataforma das Empresas Lusófonas para a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental)".

A ideia, acrescentou, foi defendida pela Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Sotavento (CCISS, de Cabo Verde), também promotora do seminário, e prontamente acolhida pela AIP-CCI, sobretudo pelo facto de os dois países pertencerem a um espaço comum, CEDEAO.

Segundo Francisco Mantero, além da CEDEAO, Cabo Verde tem a vantagem de estar também associado ao AGOA, que isenta de taxas alfandegárias as exportações para os Estados Unidos, tem parcerias com a União Europeia (Especial e para a Mobilidade) e ainda a ligação ao Euro, via acordo cambial com o Tesouro português.

No caso da Guiné-Bissau, há a vantagem competitiva de o país pertencer também à Zona do Franco CFA (Franco da Comunidade Financeira Africana) e à União Económica e Monetária Oeste-Africana (UEMOA).

Juntos, sustentou, Cabo Verde e Guiné-Bissau, que têm vindo nos últimos meses a intensificar as relações comerciais e políticas, podem servir de ponte para um mercado entre 350 a 400 milhões de pessoas para as empresas lusófonas - incluindo também as de Angola, Brasil, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Francisco Mantero salientou que, no curto prazo, devem-se criar as condições em Cabo Verde e na Guiné-Bissau para que as restantes empresas lusófonas possam encontrar parcerias com congéneres cabo-verdianas e guineenses para entrar no mercado oeste-africano, de 15 países.

Também à Lusa, o vice-presidente da CCISS, Rui Amante da Rosa, manifestou-se "entusiasmado" com as perspetivas, garantindo que a câmara de comércio cabo-verdiana vai agora entrar em contacto com a congénere guineense, para dar seguimento ao delineado na Cidade da Praia.

Amante da Rosa negou, porém, que a proximidade das eleições legislativas em Cabo Verde (previstas para o primeiro trimestre de 2016) possa interferir negativamente nas relações empresariais, defendendo tratar-se de uma iniciativa do setor privado que está em linha com os objetivos de internacionalização empresarial do país, "qualquer que seja o próximo Governo".

A AIP-CCI pretende efetuar idênticas reuniões proximamente em Timor-Leste, Moçambique e Guiné Equatorial.

JSD // PJA

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