Cidade
da Praia, 24 abr (Lusa) - Associações empresariais de Portugal e de Cabo Verde
incluíram hoje as da Guiné-Bissau para procurar parcerias que resultem em
possibilidades de investimento no mercado da África Ocidental, disse hoje à
agência Lusa fonte oficial.
Francisco
Mantero, presidente da ELO e em representação da Associação Industrial
Portuguesa - Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI), falava à Lusa na Cidade
da Praia no final de um seminário subordinado ao tema "Cabo Verde como
Plataforma das Empresas Lusófonas para a CEDEAO (Comunidade Económica dos
Estados da África Ocidental)".
A
ideia, acrescentou, foi defendida pela Câmara de Comércio, Indústria e Serviços
de Sotavento (CCISS, de Cabo Verde), também promotora do seminário, e
prontamente acolhida pela AIP-CCI, sobretudo pelo facto de os dois países
pertencerem a um espaço comum, CEDEAO.
Segundo
Francisco Mantero, além da CEDEAO, Cabo Verde tem a vantagem de estar também
associado ao AGOA, que isenta de taxas alfandegárias as exportações para os
Estados Unidos, tem parcerias com a União Europeia (Especial e para a
Mobilidade) e ainda a ligação ao Euro, via acordo cambial com o Tesouro
português.
No
caso da Guiné-Bissau, há a vantagem competitiva de o país pertencer também à
Zona do Franco CFA (Franco da Comunidade Financeira Africana) e à União
Económica e Monetária Oeste-Africana (UEMOA).
Juntos,
sustentou, Cabo Verde e Guiné-Bissau, que têm vindo nos últimos meses a
intensificar as relações comerciais e políticas, podem servir de ponte para um mercado
entre 350 a 400 milhões de pessoas para as empresas lusófonas - incluindo
também as de Angola, Brasil, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe
e Timor-Leste.
Francisco
Mantero salientou que, no curto prazo, devem-se criar as condições em Cabo Verde e na
Guiné-Bissau para que as restantes empresas lusófonas possam encontrar
parcerias com congéneres cabo-verdianas e guineenses para entrar no mercado
oeste-africano, de 15 países.
Também
à Lusa, o vice-presidente da CCISS, Rui Amante da Rosa, manifestou-se
"entusiasmado" com as perspetivas, garantindo que a câmara de
comércio cabo-verdiana vai agora entrar em contacto com a congénere guineense,
para dar seguimento ao delineado na Cidade da Praia.
Amante
da Rosa negou, porém, que a proximidade das eleições legislativas em Cabo Verde (previstas
para o primeiro trimestre de 2016) possa interferir negativamente nas relações
empresariais, defendendo tratar-se de uma iniciativa do setor privado que está
em linha com os objetivos de internacionalização empresarial do país,
"qualquer que seja o próximo Governo".
A
AIP-CCI pretende efetuar idênticas reuniões proximamente em Timor-Leste,
Moçambique e Guiné Equatorial.
JSD
// PJA
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