Baku,
25 abr (Lusa) -- O Presidente da França advertiu hoje que haverá consequências
"diplomáticas" se o francês Serge Atlaoui, condenado à morte por
tráfico de drogas, for executado na Indonésia.
O
Governo indonésio anunciou, na quinta-feira, ter emitido a ordem para preparar
as execuções de dez condenados à morte por tráfico de droga, incluindo o
francês e o brasileiro Rodrigo Gularte.
"Se
ele (Serge Atlaoui) for executado, haverá consequências da França e da Europa,
porque não podemos aceitar este tipo de execuções", declarou à imprensa
François Hollande, à margem de uma breve visita que fez a Baku, no Azerbaijão,
referindo ainda que estas consequências serão essencialmente
"diplomáticas".
"Pelo
menos, nós faremos retornar à França o nosso embaixador em Jacarta",
disse, evocando ainda a possibilidade de uma "suspensão das
conversações" sobre cooperação previstas com o Presidente indonésio Joko
Widodo durante a reunião do G20 em Brisbane (Austrália), em novembro.
François
Hollande referiu que, ele mesmo, não está disposto a ir à Indonésia
"durante algum tempo".
"Nós
trabalhámos com os países envolvidos, a Austrália, o Brasil, para multiplicar
os esforços e garantir que não haja execuções", disse, acrescentando que
irá receber na segunda-feira o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott.
Hollande
afirmou que receberá a esposa do francês condenado à morte, "se ela assim
solicitar".
"Entendemos
que a Indonésia quer lutar contra o tráfico de drogas, mas neste caso, Serge
Atlaoui era um funcionário numa empresa e não imaginava que esta produzisse
drogas, além disso, ele não tinha antecedentes criminais", acrescentou o
chefe de Estado francês.
A
legislação antidroga na Indonésia é considerada como uma das mais severas a
nível mundial. Em 2014, o Presidente indonésio, Joko Widodo, que termina as
funções em outubro, rejeitou todos os pedidos de clemência apresentados pelos
condenados à pena capital por tráfico de droga.
Entre
os condenados à morte está o brasileiro Rodrigo Gularte, que foi preso em 2004
com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surf, tendo sido condenado
em 2005.
Em
janeiro, a Indonésia executou seis traficantes de droga, incluindo o brasileiro
Marco Archer Cardoso Moreira, o que causou uma crise diplomática entre a
Indonésia e o Brasil.
A
Indonésia, que retomou as execuções em 2013 depois de cinco anos de moratória,
tem 133 prisioneiros no corredor da morte, dos quais 57 condenados por tráfico
de droga, dois por terrorismo e 74 por outros crimes.
CSR//
ATR
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