Um
relatório do Governo norte-americano, hoje divulgado, aponta a Portugal várias
violações dos direitos humanos, como violência sobre mulheres e crianças,
tráfico de pessoas para exploração sexual e laboral e uso da força policial
excessiva contra detidos.
O
relatório de 2014 do Departamento de Estado norte-americano, sobre direitos
humanos, refere ainda, no que toca a más práticas de Portugal, a detenção de
pessoas que procuram asilo, a discriminação e a exclusão social de ciganos, a
diferença salarial entre homens e mulheres e a prática da mutilação genital
feminina entre a comunidade da Guiné-Bissau residente no país.
Em
particular, sobre o sistema prisional e judicial, o documento enumera o abuso e
o uso da força excessiva da polícia e dos guardas prisionais sobre detidos e
reclusos, a sobrelotação e a insalubridade das prisões, o menosprezo da Polícia
Judiciária pelos direitos dos detidos, o tempo prolongado da prisão preventiva,
a recusa do contacto de detidos com familiares e advogados e a integração no
mesmo espaço de reclusos jovens com adultos e de presos preventivos com
condenados.
Para
Portugal, o relatório cita, em geral, dados de organizações não-governamentais,
organismos estatais e documentos oficiais, de 2012 e 2013, salientando serem os
mais recentes que foram disponibilizados.
O
documento destaca que, nos primeiros 11 meses do ano passado, foram
assassinadas 39 mulheres, por violência doméstica, crime cujas denúncias
aumentaram 2,4 por cento em 2013 face a 2012.
A
maioria das queixas de maus-tratos e outros abusos das forças policiais sobre
detidos e reclusos, decorrentes do uso da força excessiva, recaía, em 2012,
sobre a PSP (405) e a GNR (310).
Segundo
o relatório, as prisões foram concebidas para um total de 12.591 reclusos, mas
tinham, em novembro, 13.938.
No
emprego, as mulheres ganham, em média, menos 27 por cento do que os homens,
apesar de a lei prever a igualdade salarial.
Sem
mencionar números, o documento aponta um "vasto número" de ciganos a
viver em acampamentos instalados em áreas isoladas, sem acesso a água ou luz,
e, por vezes, separados com muros do resto da população. Refere também abusos
da polícia.
Quanto
ao tráfico humano, o Departamento de Estado norte-americano regista que, em
2012, havia 219 casos confirmados ou pendentes, sendo que 138 das vítimas eram
sujeitas a trabalho escravo e 53 a exploração sexual. Do total de casos, 49
reportavam-se a crianças.
O
trabalho escravo ocorria na restauração e agricultura, adianta o Departamento
de Estado.
Notícias
Ao Minuto com Lusa
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