sexta-feira, 17 de julho de 2015

Nova vaga de repressão na China contra ativistas pelos direitos humanos


Pequim, 16 jul (Lusa) -- Mais de 200 advogados, funcionários de escritórios de advocacia e ativistas estão a ser alvo de uma nova vaga de repressão das autoridades chinesas, denunciou hoje a organização Human Rights Lawyers Concern Group.

Segundo disse à agência espanhola EFE a organização com sede em Hong Kong, a polícia chinesa interrogou, nos últimos dias, muitas pessoas envolvidas em casos de direitos humanos.

A nova vaga de repressão começou na semana passada e, até agora, foram formalmente detidas nove pessoas, segundo o Human Rights Lawyers Concern Group.

Desconhece-se a acusação contra os detidos, à exceção do advogado Sui Muqing, acusado de "incitamento à subversão do Estado".

Apesar de alguns dos interrogados terem sido chamados à polícia duas e três vezes, a maioria foi posta em liberdade.

De acordo com relatos fornecidos pelo grupo de advogados preocupados com os direitos humanos, os agentes exigiram aos interrogados que permaneçam "calados", que não divulguem o conteúdo dos interrogatórios e que se abstenham de trabalhar em "casos sensíveis" e de manifestar apoio a juristas detidos, como Wang Yu.

Advogada proeminente, Wang Yu tem levado a tribunal alguns dos casos de direitos humanos mais importantes na China e é acusada pelas autoridades de Pequim de pertencer a um escritório de advogados que se assemelha a um "grupo criminoso".

Segundo relatou à EFE um advogado chinês interrogado na sexta-feira e no sábado, que pediu anonimato por medo de represálias, a polícia insistiu "especialmente" para que não apoiasse Wang e não falasse com "a comunicação social estrangeira".

Na opinião do jurista, "as autoridades estão a dar-se conta que o seu poder político está em crise e querem reprimir os advogados mais ativos na defesa dos direitos humanos".

Para tal, estão a prender alguns, a "semear o terror" junto de outros, nomeadamente com "visitas a meio da noite" e interrogatórios, a "utilizar os meios oficiais para desprestigiar todo o coletivo" de juristas e ativistas e a referenciar escritórios de advocacia e organizações não governamentais.

SBR // JMR

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