terça-feira, 31 de maio de 2016

Fundação Macau promete cooperar em investigação sobre controverso donativo a universidade


Macau, China, 30 mai (Lusa) -- O presidente do Conselho de Administração da Fundação Macau, Wu Zhiliang, prometeu hoje "cooperar ativamente" com o Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) que já solicitou informações sobre um controverso donativo equivalente a 13,5 milhões de euros.

Mais de 3.000 pessoas, segundo os organizadores, e 1.100, de acordo com a polícia, saíram à rua, no passado dia 15, para pedir a demissão do chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, devido ao donativo, através da Fundação Macau, de 100 milhões de yuan (13,5 milhões de euros) a uma universidade da China.

Esse protesto foi convocado pela Novo Macau, a maior associação pró-democracia, que entende haver "conflito de interesses" por o chefe do Executivo presidir ao Conselho de Curadores da Fundação Macau e ser, em simultâneo, vice-presidente do Conselho Geral da Universidade de Jinan.

Em comunicado, a Fundação Macau indica que o CCAC já pediu informações sobre o donativo à Universidade de Jinan que, segundo reitera a instituição, tem como objetivo "apoiar a construção de novas instalações universitárias".

Uma nota anterior, emitida pelo gabinete do porta-voz quando estalou a polémica, explicava que o apoio atribuído à universidade é para construir um edifício para o ensino na área da comunicação social no campus de Cantão e duas residências para estudantes de Hong Kong e Macau no campus de Panyu. Instalações que, acrescentava, "beneficiam os estudantes locais".

Wu Zhiliang frisou que "compreende a preocupação do público", incluindo com "a aplicação razoável do erário público e a sua transparência", e insistiu que a concessão do donativo à Universidade de Jinan "é legal, racional e justificada".

E, em resposta às vozes no sentido de que a Fundação Macau deve revelar, junto do público, informações sobre os pedidos de apoio financeiro antes de os mesmos serem analisados e apreciados, Wu Zhiliang diz que "a Fundação tem de processar os pedidos de apoio financeiro recebidos conforme a lei e, de acordo com as legislações vigentes, nunca lhe foi atribuída a competência de tornar públicas as informações" referidas.

DM (MP) // APN

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