sábado, 24 de dezembro de 2016

Tribunal chinês absolve quatro homens condenados à morte em 2003

Pequim, 23 dez (Lusa) - Um tribunal chinês absolveu quatro condenados à pena de morte há 13 anos devido à falta de legitimidade e autenticidade das confissões obtidas pela polícia, informou hoje a agência oficial Xinhua.

Trata-se do segundo erro judicial envolvendo arguidos condenados à pena capital que a justiça chinesa reconhece este mês.

Huang Zhiqiang, Fang Chunping, Cheng Fagen e Cheng Lihe foram condenados à morte em julho de 2003, por um tribunal da cidade de Jingdezhen, na província de Jiangxi, por homicídio e violação de uma mulher.

Após uma revisão do caso, iniciada em 30 de novembro passado, o Supremo Tribunal de Jiangxi decidiu que as provas apresentadas há 13 anos foram "insuficientes".

Em 2004, os tribunais recusaram o apelo. Em 2008, a pena de morte comutou em prisão perpétua.

O vice-presidente do Supremo Tribunal de Jiangxi, Xia Keqin, pediu desculpa pelo erro e informou os homens do direito em pedir uma indemnização ao Estado.

A 02 de dezembro, o Tribunal Supremo Popular da China também declarou inocente Nie Shubin, que foi executado em 1995, então com 21 anos, pela violação e morte de uma mulher em Shijiazhuang, capital da província de Hebei.

Nie confessou o crime três dias após ter sido detido e sujeito a tortura e agressões, segundo admitiu agora o tribunal.

Erros judiciais como estes têm contribuído para aumentar as dúvidas sobre o sistema de justiça da China, o país que mais recorre à pena de morte e onde a taxa de condenações dos tribunais é de 99%, segundo números oficiais.

Organizações de defesa dos Direitos Humanos denunciam que a polícia chinesa continua a usar tortura como forma de obter confissões.

JOYP // MP

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