quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Guiné Equatorial será o único país da CPLP em recessão em 2017 - ONU

Nova Iorque, 17 jan (Lusa) - A Guiné Equatorial será o único país da CPLP a enfrentar uma recessão este ano, com o Brasil a recuperar 0,6%, depois de ter tido um crescimento negativo nos últimos dois anos, estimam as Nações Unidas.

De acordo com o relatório 'Situação Económica Mundial e Perspetivas 2017' divulgado hoje em Nova Iorque pela Divisão de Análise e Política de Desenvolvimento do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU, a Guiné Equatorial terá uma recessão de 2,2%, conseguindo depois crescer 1,5% no próximo ano.

No outro extremo, o Estado-membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que deverá registar o maior crescimento é Moçambique e São Tomé e Príncipe, com a ONU a prever que ambos tenham uma expansão económica de 5,5%.

No que diz respeito a África, onde está a maior parte dos países que falam português, a ONU espera uma "recuperação económica moderada em 2017 e 2018", prevendo 3,2% e 3,8% em 2018, acima dos 2,7% e 2,9% esperados para a economia mundial.

O relatório também salienta as marcadas diferenças na inflação em África, além dos diferentes níveis de crescimento económico consoante haja uma maior ou menor exposição e dependência aos preços das matérias-primas, nomeadamente o petróleo.

As previsões, diz a ONU, devem ser encaradas com cautela devido ao "elevado grau de incerteza sobre o ambiente político internacional", chamando também a atenção para o risco que significa o facto de haver "níveis elevados de dívida em moeda estrangeira", nomeadamente em Moçambique e em Angola.

O abrandamento do crescimento da economa da China e uma recaída dos preços do petróleo são outros dos riscos para o crescimento em África, que enfrenta também a possibilidade de "uma escalada das preocupações de segurança e de instabilidade política, que pode refrear o investimento externo".

O relatório defende, para África, "uma abordagem equilibrada, não só para restaurar o crescimento robusto a médio prazo, mas também para atingir um progresso maior no desenvolvimento sustentável".

Por último, o relatório da ONU argumenta que, como o preço das matérias-primas vai aumentar apenas marginalmente, os países africanos devem "fortalecer as medidas políticas para lidar com as fraquezas estruturais, incluindo medidas para acelerar a diversificação económica, reconstruir as almofadas orçamentais e promover a criação de emprego".

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