Díli,
15 jul (Lusa) - O Partido de Libertação Popular (PLP) do ex-Presidente da
República timorense Taur Matan Ruak fez hoje um teste de força, reunindo
milhares de apoiantes no principal palco político da cidade, Tasi Tolo, nos
arredores de Díli.
Em
estreia eleitoral nas legislativas do próximo sábado, o PLP é um teste às
críticas que Matan Ruak tem feito à governação dos dois principais partidos,
Fretilin e CNRT, servindo ao mesmo tempo para avaliar até que ponto é que, como
clamam alguns dos seus dirigentes, este é o partido da juventude.
De
facto, nas dezenas de camionetas e veículos que se dirigiram para Tasi Tolo, a
grande maioria eram jovens, alguns aparentando até ter menos do que os 17
exigidos para votar, algo que ocorre, também, noutras campanhas.
Muitos
dos líderes do partido são da geração 'seguinte' e alguns dos que acompanharam
Taur Matan Ruak na Presidência - Fidelis Magalhães, número dois do partido, foi
seu chefe de gabinete - dão hoje voz, cor e imagem à campanha do PLP nas redes
sociais.
Todos
os partidos timorenses, com maior ou menor dimensão, usam as redes sociais na
campanha deste ano, mas o PLP parece mais ativo que muitos, com vários
ex-jornalistas, que integraram o gabinete de media da Presidência a partilharem
fotos, vídeos e textos.
Taur
Matan Ruak, 60 anos, é aplaudido primeiro na sede do partido, no centro de
Díli, mas a festa ficou reservada para o local do comício onde muitos jovens
treparam às árvores para ver melhor, pendurando bandeiras do PLP nos ramos mais
altos.
Momentos
antes, em maior tranquilidade, 'moradores' tradicionais ensaiavam as boas
vindas, de espada na mão, abrindo o cortejo que acabaria por ser uma confusão
de festejos, empurrões de jornalistas, seguranças e muitos sorrisos de Matan
Ruak.
Houve
momentos em que o cabeça de lista do partido - a sua foto foi adicionada ao
símbolo do PLP para o boletim de voto - quase desapareceu num mar de gente que
vagarosamente vai tentando chegar ao palco.
Antes
de subir a meia dúzia de degraus tapados com tapete vermelho, Taur Matan Ruak,
a sua mulher, Isabel Ferreira, e outros dirigentes do PLP, são acolhidos por um
lian naain, um 'contador de histórias', um transportador da voz lulik.
Dá
as boas vindas a Matan Ruak, os dois cumprimentam-se e depois o líder do
partido sobe ao palco e dança com a multidão, que salta em celebração e
festejos.
Díli,
onde a campanha tinha passado, até agora, praticamente despercebida - os
partidos percorreram Timor-Leste de uma ponta a outra - viveu hoje um dia
agitado, com vários encontros e comícios, incluindo um do CNRT, de Xanana
Gusmão e este do PLP.
Foi
a primeira vez que o partido mostrou alguma da sua força, com dirigentes a
explicarem que se optou por fazer este encontro em Díli, hoje, já que o comício
de encerramento será na segunda cidade do país, Baucau.
Baucau
é zona forte da Fretilin e o PD sente que pode vencer na cidade, num sufrágio
em que cada voto conta, especialmente para alcançar o primeiro objetivo, a
barreira de elegibilidade: 4% dos votos válidos ou, aproximadamente, o que se estima
serão entre 22 e 25 mil votos.
Se
a presença no comício de hoje representar votos o PLP mostrou que vai ser uma
voz no próximo Parlamento Nacional timorense.
ASP
// FPA
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