segunda-feira, 17 de julho de 2017

PLP faz teste de força e reúne milhares nos arredores de Díli


Díli, 15 jul (Lusa) - O Partido de Libertação Popular (PLP) do ex-Presidente da República timorense Taur Matan Ruak fez hoje um teste de força, reunindo milhares de apoiantes no principal palco político da cidade, Tasi Tolo, nos arredores de Díli.

Em estreia eleitoral nas legislativas do próximo sábado, o PLP é um teste às críticas que Matan Ruak tem feito à governação dos dois principais partidos, Fretilin e CNRT, servindo ao mesmo tempo para avaliar até que ponto é que, como clamam alguns dos seus dirigentes, este é o partido da juventude.

De facto, nas dezenas de camionetas e veículos que se dirigiram para Tasi Tolo, a grande maioria eram jovens, alguns aparentando até ter menos do que os 17 exigidos para votar, algo que ocorre, também, noutras campanhas.

Muitos dos líderes do partido são da geração 'seguinte' e alguns dos que acompanharam Taur Matan Ruak na Presidência - Fidelis Magalhães, número dois do partido, foi seu chefe de gabinete - dão hoje voz, cor e imagem à campanha do PLP nas redes sociais.

Todos os partidos timorenses, com maior ou menor dimensão, usam as redes sociais na campanha deste ano, mas o PLP parece mais ativo que muitos, com vários ex-jornalistas, que integraram o gabinete de media da Presidência a partilharem fotos, vídeos e textos.

Taur Matan Ruak, 60 anos, é aplaudido primeiro na sede do partido, no centro de Díli, mas a festa ficou reservada para o local do comício onde muitos jovens treparam às árvores para ver melhor, pendurando bandeiras do PLP nos ramos mais altos.

Momentos antes, em maior tranquilidade, 'moradores' tradicionais ensaiavam as boas vindas, de espada na mão, abrindo o cortejo que acabaria por ser uma confusão de festejos, empurrões de jornalistas, seguranças e muitos sorrisos de Matan Ruak.

Houve momentos em que o cabeça de lista do partido - a sua foto foi adicionada ao símbolo do PLP para o boletim de voto - quase desapareceu num mar de gente que vagarosamente vai tentando chegar ao palco.

Antes de subir a meia dúzia de degraus tapados com tapete vermelho, Taur Matan Ruak, a sua mulher, Isabel Ferreira, e outros dirigentes do PLP, são acolhidos por um lian naain, um 'contador de histórias', um transportador da voz lulik.

Dá as boas vindas a Matan Ruak, os dois cumprimentam-se e depois o líder do partido sobe ao palco e dança com a multidão, que salta em celebração e festejos.

Díli, onde a campanha tinha passado, até agora, praticamente despercebida - os partidos percorreram Timor-Leste de uma ponta a outra - viveu hoje um dia agitado, com vários encontros e comícios, incluindo um do CNRT, de Xanana Gusmão e este do PLP.

Foi a primeira vez que o partido mostrou alguma da sua força, com dirigentes a explicarem que se optou por fazer este encontro em Díli, hoje, já que o comício de encerramento será na segunda cidade do país, Baucau.

Baucau é zona forte da Fretilin e o PD sente que pode vencer na cidade, num sufrágio em que cada voto conta, especialmente para alcançar o primeiro objetivo, a barreira de elegibilidade: 4% dos votos válidos ou, aproximadamente, o que se estima serão entre 22 e 25 mil votos.

Se a presença no comício de hoje representar votos o PLP mostrou que vai ser uma voz no próximo Parlamento Nacional timorense.

ASP // FPA

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