O
secretário-geral adjunto da Fretilin disse hoje que o partido, vencedor das
legislativas timorenses de 22 de julho, vai formalizar nas próximas horas um
contacto com o CNRT, de Xanana Gusmão, para viabilizar a formação de Governo.
"A
nossa prioridade é o CNRT, como compromisso nosso que assumimos durante a
campanha. Vamos formalizar, dando prioridade ao CNRT", disse à Lusa José
Reis, depois da leitura do acórdão do Tribunal de Recurso que confirmou os
resultados das legislativas.
"Com
este resultado, o partido vai tomar medidas em breve. Vamos formalizar os
nossos contactos com o partido CNRT. Foi um compromisso eleitoral nosso.
Durante a campanha o secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, sempre se
referiu a isso", explicou.
O
Tribunal de Recurso timorense validou os resultados finais das eleições
legislativas do passado dia 22 de julho, confirmando a vitória da Fretilin,
permitindo que o Presidente de Timor-Leste convide os partidos a formar
Governo.
A
Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) obteve 168.480
votos (29,7% do total) o que lhe dá 23 lugares no Parlamento, tendo obtido mais
1.135 votos que o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) que
obteve 167.345 votos (29,5% do total) e ficará com 22 deputados.
José
Reis explicou que na quarta-feira deverá ser convocada uma reunião da Comissão
Política Nacional (CPN) do partido, que deverá aprovar a formalização de
"uma carta ao CNRT", partido que ainda, formalmente, não reconheceu a
derrota nas eleições.
Xanana
Gusmão, presidente do CNRT, não é visto em público desde o dia da votação e
fontes dos dois partidos confirmaram que ainda não conversou com Mari Alkatiri.
Escusando-se
a comentar outros cenários caso o CNRT recuse a oferta da Fretilin, José Reis
insistiu que o "povo quer paz e estabilidade", recordando o que diz
ter sido o papel do seu partido nos últimos anos.
"Durante
estes anos a Fretilin demonstrou isso: contribuiu para a paz e estabilidade e
desenvolvimento e para estabilizar a governação do Xanana Gusmão durante estes
dois anos", disse, referindo ao período do VI governo em que dirigentes da
Fretilin integraram o executivo saído de um parlamento onde o CNRT era o mais
votado.
Esse
apoio teve "incidência parlamentar pontual para poder viabilizar o Governo
até ao final do mandato", disse Reis, deixando antever que a Fretilin
espera comportamento idêntico do CNRT.
Depois
da validação dos resultados pelo Tribunal de Recurso, o Presidente timorense
deverá fazer uma declaração ao país na quarta-feira e começar a ouvir os
partidos políticos na quinta.
Além
da Fretilin e do CNRT, estão ainda no Parlamento Nacional o Partido de
Libertação Popular (PLP), que obteve 60.098 votos (10,6% do total) - o que
garante oito lugares -, o Partido Democrático (PD) com 55.608 votos (9,8%) e
sete deputados, e finalmente o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan
(KHUNTO) com 36.547 votos (6,4%) e cinco lugares.
As
eleições, que foram já aplaudidas pela comunidade internacional, decorreram sem
irregularidades ou incidentes graves.
SAPO TL com
Lusa
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