Manila,
06 ago (Lusa) - As reivindicações de Pequim sobre o Mar do Sul da China
continuavam hoje a dividir os chefes da diplomacia dos países do Sudeste
Asiático, reunidos em Manila.
Os
chefes da diplomacia da associação dos países do Sudeste Asiático (ASEAN) não
chegaram a acordo sobre o comunicado conjunto, que devia ter sido divulgado no
sábado.
Novas
negociações realizadas esta manhã não permitiram desbloquear a situção, com o
Camboja a aliar-se à Pequim.
O
Governo chinês reivindica a quase totalidade do Mar do Sul da China, incluindo
zonas perto das costas do Vietname, Filipinas, Malásia e Brunei,
Estados-membros da ASEAN, além da Tailândia, Camboja, Birmânia, Laos, Indonésia
e Singapura.
Nos
últimos anos, Pequim reforçou a presença neste mar estratégico através da
construção de ilhas artificiais que podem ser usadas como bases militares.
O
Vietname exigiu um tom mais duro da organização perante as reivindicações de
Pequim, no comunicado final conjunto, para manifestar a preocupação dos
Estados-membros relativamente aos trabalhos desenvolvidos pela China na região
disputada.
Mas
o Camboja, um dos principais aliados de Pequim na ASEAN, rejeitou a proposta,
de acordo com diplomatas que participaram nas negociações em Manila.
"O
Vietname não quer ceder e a China defende os seus interesses através do
Camboja", disseram as mesmas fontes, citadas pela agência noticiosa France
Presse (AFP).
Por
seu lado, as Filipinas estão a "fazer todo o possível para se chegar a um
compromisso", acrescentaram.
As
tensões no Mar do Sul da China são há muito tempo um desafio para a ASEAN,
organização que funciona por consenso e deve gerir interesses contraditórios
nesta questão.
Responsáveis
de diferentes países mantinham esta tarde negociações sobre esta zona, enquanto
os ministros realizavam uma série de encontros com homólogos chinês,
norte-americanos e de outros países da Ásia-Pacífico.
Hoje,
ASEAN e China deviam dar "luz verde" a um roteiro para a aplicação de
um código de conduta no Mar do Sul da China.
Analistas
minimizaram a importância de tal roteiro, que surge após mais de 15 anos de
negociações, usados pela China para consolidar as reivindicações sobre as áreas
disputadas.
EJ
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