quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Presidente timorense à espera de informação das autoridades para marcar eleições


O Presidente da República timorense está à espera de ouvir as últimas informações das autoridades eleitorais antes de receber os partidos políticos e marcar a data das eleições legislativas antecipadas em Timor-Leste, segundo fontes da Presidência.

Depois de uma primeira reunião com uma equipa da Comissão Nacional de Eleições (CNE), o chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo, aguarda agora dados atualizados do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) para perceber qual é o calendário mais rápido para o voto.

O calendário definido por lei, as condições técnicas existentes e necessárias e até o período da Quaresma são todos fatores que estão a ser considerados, num cenário onde há quem "queira eleições mais rápido, quem queira eleições mais devagar e quem nem sequer queira eleições", como referiu um funcionário eleitoral.

O presidente da CNE, Alcino Baris, disse ao Presidente que aquele órgão está preparado para implementar a decisão do chefe de Estado, arrancando desde já um programa de "educação cívica em todo o território nacional" que explicará "o porquê da eleição antecipada, dará a conhecer as regras eleitorais do ponto de vista legal e também pretende educar os eleitores sobre o processo de votação".

A CNE, que está a recrutar delegados para a representarem em cada um dos municípios, vai ainda criar centros de educação cívica dirigidos às autoridades locais, aos candidatos a deputados e às comunidades, "para colmatar lacunas que possam surgir durante o período eleitoral".

Um comunicado da Presidência antecipava que o chefe de Estado poderia ouvir os partidos na terça-feira e hoje falaria com o STAE, mas esses encontros não estão ainda marcados.

O tema deverá ser discutido na quinta-feira, no decurso da reunião semanal do Presidente com o chefe do Governo de gestão, Mari Alkatiri.

Ainda que a lei defina que, no caso de dissolução do Parlamento Nacional, as eleições têm que ser convocadas num prazo mínimo de 60 dias, os prazos podem ter que ser mais alargados, o que empurraria as eleições para o final de abril ou até maio.

No ano passado, por exemplo, o calendário eleitoral foi de 80 dias, entre o dia do anúncio do voto (02 de maio) e o dia do sufrágio (22 de julho).

Caso se repita o que ocorreu em julho de 2017, o processo arranca com o prazo para a apresentação de coligações pré-eleitorais e, em paralelo, a de candidaturas partidárias e a sua verificação pelo Tribunal de Recurso, antes do sorteio do boletim de voto.

A fase seguinte é a da constituição dos centros de votação e estações de voto, que ficaram fechados um mês antes do voto, com a campanha eleitoral a durar 30 dias a que sucedeu dois dias de reflexão antes do ato eleitoral.

Os resultados seriam contados nos três dias seguintes, havendo um prazo adicional para a sua verificação pelo Tribunal de Recurso.

Depois avançaria o processo de tomada de posse dos novos 65 deputados eleitos - que apoiarão o próximo executivo -, o VIII Governo constitucional que terá também de tomar posse, submetendo depois ao Parlamento o seu programa e o Orçamento Geral do Estado para 2018.

Até que esse documento esteja aprovado - previsivelmente só na segunda metade do ano -, Timor-Leste continuará a viver com o regime de duodécimos que se aplica no país desde 01 de janeiro.

Lusa em SAPO TL

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