A Guiné Equatorial quer acolher a
cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 2022, após a
presidência angolana da organização, disse hoje à Lusa o assessor do Presidente
equato-guineense.
Em declarações à Lusa, Murade
Murargy, assessor de Teodoro Obiang Nguema para as questões da comunidade
lusófona, afirmou que Malabo quer receber a conferência de chefes de Estado e
de Governo da CPLP em 2022, assumindo a presidência da organização no biénio
seguinte.
As autoridades da Guiné
Equatorial já tinham afirmado a sua disponibilidade para organizar a cimeira de
2020, mas não chegaram a formalizar uma candidatura nesse sentido, na XII
conferência da CPLP, que decorreu esta terça e quarta-feira em Santa Maria,
ilha do Sal, Cabo Verde.
Angola foi o país escolhido,
"por unanimidade e aclamação", para suceder à presidência de Cabo
Verde, entre 2020 e 2022, após sugestão do presidente em exercício da CPLP, o
chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca.
À Lusa, o também antigo secretário-executivo
da comunidade lusófona (2012-206), que acompanhou Teodoro Obiang à reunião na
ilha cabo-veridana do Sal, relatou que o Presidente da Guiné Equatorial
considerou "muito positiva a sua participação nesta cimeira, pois
contribuiu para um sentimento de confiança entre os líderes da
organização".
Contactada pela Lusa, fonte
diplomática portuguesa disse apenas que o local da cimeira de 2022 será
escolhido na XIII conferência, em Luanda. As decisões na CPLP são tomadas por
consenso.
O embaixador da Guiné Equatorial
em Lisboa e junto da CPLP, Tito Mba Ada, confirmou esta intenção das
autoridades de Malabo.
"A Guiné Equatorial esteve
disponível, está disponível e estará sempre disponível para organizar a cimeira
da CPLP", afirmou o diplomata à Lusa.
Tito Mba Ada sublinhou que o país
já acolheu uma cimeira da União Africana, que reúne mais de 50 Estados,
garantindo ter capacidade para realizar a reunião da organização lusófona, com
nove membros.
A Guiné Equatorial, antiga
colónia espanhola, aderiu à CPLP em 2014 mediante um roteiro de adesão, que
incluía os compromissos de promover e difundir a língua portuguesa e a abolição
definitiva da pena de morte.
Na cimeira em Cabo Verde, Teodoro
Obiang informou, que o país está a seguir "de forma paulatina e
segura" o roteiro da integração na comunidade, mas apenas deu conta dos
progressos da difusão do português e não se referiu à pena de morte.
As autoridades de Malabo
impuseram uma moratória sobre a pena máxima em 2014, aquando da adesão, e
garantem que desde então não houve mais execuções, mas a justiça da Guiné
Equatorial continua a ter prevista a pena de morte no seu quadro legal.
Em declarações à imprensa, o
presidente da CPLP, Jorge Carlos Fonseca, assumiu-se como "um acérrimo
defensor da abolição da pena de morte" e disse que gostaria que isso
acontecesse na Guiné Equatorial durante o mandato cabo-verdiano, ou seja, nos
próximos dois anos.
O chefe de Estado cabo-verdiano
relatou, no final da cimeira do Sal, que foi ele quem propôs que Angola assuma
a próxima presidência da comunidade, em 2020, algo que mereceu o apoio dos
restantes líderes, incluindo de Teodoro Obiang.
Durante a XII conferência de
chefes de Estado e de Governo da CPLP, que decorreu entre terça e quarta-feira,
Cabo Verde assumiu a presidência rotativa da organização, por um período de
dois anos, e com o lema "Cultura, Pessoas e Oceanos.
Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e
Timor-Leste são os Estados-membros da CPLP.
Lusa | em SAPO TL
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