sábado, 21 de julho de 2018

CPLP | Guiné Equatorial quer acolher reunião máxima em 2022


A Guiné Equatorial quer acolher a cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 2022, após a presidência angolana da organização, disse hoje à Lusa o assessor do Presidente equato-guineense.

Em declarações à Lusa, Murade Murargy, assessor de Teodoro Obiang Nguema para as questões da comunidade lusófona, afirmou que Malabo quer receber a conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP em 2022, assumindo a presidência da organização no biénio seguinte.

As autoridades da Guiné Equatorial já tinham afirmado a sua disponibilidade para organizar a cimeira de 2020, mas não chegaram a formalizar uma candidatura nesse sentido, na XII conferência da CPLP, que decorreu esta terça e quarta-feira em Santa Maria, ilha do Sal, Cabo Verde.

Angola foi o país escolhido, "por unanimidade e aclamação", para suceder à presidência de Cabo Verde, entre 2020 e 2022, após sugestão do presidente em exercício da CPLP, o chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca.

À Lusa, o também antigo secretário-executivo da comunidade lusófona (2012-206), que acompanhou Teodoro Obiang à reunião na ilha cabo-veridana do Sal, relatou que o Presidente da Guiné Equatorial considerou "muito positiva a sua participação nesta cimeira, pois contribuiu para um sentimento de confiança entre os líderes da organização".

Contactada pela Lusa, fonte diplomática portuguesa disse apenas que o local da cimeira de 2022 será escolhido na XIII conferência, em Luanda. As decisões na CPLP são tomadas por consenso.

O embaixador da Guiné Equatorial em Lisboa e junto da CPLP, Tito Mba Ada, confirmou esta intenção das autoridades de Malabo.

"A Guiné Equatorial esteve disponível, está disponível e estará sempre disponível para organizar a cimeira da CPLP", afirmou o diplomata à Lusa.

Tito Mba Ada sublinhou que o país já acolheu uma cimeira da União Africana, que reúne mais de 50 Estados, garantindo ter capacidade para realizar a reunião da organização lusófona, com nove membros.

A Guiné Equatorial, antiga colónia espanhola, aderiu à CPLP em 2014 mediante um roteiro de adesão, que incluía os compromissos de promover e difundir a língua portuguesa e a abolição definitiva da pena de morte.

Na cimeira em Cabo Verde, Teodoro Obiang informou, que o país está a seguir "de forma paulatina e segura" o roteiro da integração na comunidade, mas apenas deu conta dos progressos da difusão do português e não se referiu à pena de morte.

As autoridades de Malabo impuseram uma moratória sobre a pena máxima em 2014, aquando da adesão, e garantem que desde então não houve mais execuções, mas a justiça da Guiné Equatorial continua a ter prevista a pena de morte no seu quadro legal.

Em declarações à imprensa, o presidente da CPLP, Jorge Carlos Fonseca, assumiu-se como "um acérrimo defensor da abolição da pena de morte" e disse que gostaria que isso acontecesse na Guiné Equatorial durante o mandato cabo-verdiano, ou seja, nos próximos dois anos.

O chefe de Estado cabo-verdiano relatou, no final da cimeira do Sal, que foi ele quem propôs que Angola assuma a próxima presidência da comunidade, em 2020, algo que mereceu o apoio dos restantes líderes, incluindo de Teodoro Obiang.

Durante a XII conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP, que decorreu entre terça e quarta-feira, Cabo Verde assumiu a presidência rotativa da organização, por um período de dois anos, e com o lema "Cultura, Pessoas e Oceanos.

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os Estados-membros da CPLP.

Lusa | em SAPO TL

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