Banguecoque, 26 jul (Lusa) - O
Governo do Laos responsabilizou hoje a empresa construtora da barragem
hidroelétrica na província de Attapeu, na segunda-feira, pelo colapso da
estrutura que causou a morte de centenas de pessoas.
Khammany Inthirath, ministro da
Energia e Minas de Laos, afirmou hoje numa conferência de imprensa em Vienciana
que a empresa construtora, uma 'joint venture' liderada por empresas sul-coreanas,
com parceiros tailandeses e laosianos, deve assumir a responsabilidade das
compensações pelo desastre, que causou vários mortos, 131 desparecidos e mais
de 6.000 desalojados.
"Em relação à questão da
compensação, gostaria de assegurar em função do acordo de concessão que todos
os incidentes relacionados com a construção da barragem devem ser assumidos a
100% pelos responsáveis do projeto", disse Inthirath.
A empresa Xe-Pian Xe-Namnoy Power
Company (PNPC), constituída em 2012 pela tailandesa Ratchaburi Electricity
Generating Holding, as coreanas Korea Western Power e SK Engineering and
Construction e a Laot Holding State Enterprise, do Laos, ganhou o concurso para
a construção no sul do país de três empresas hidroelétricas com capacidade de
410 megawatts, por 1.020 milhões de dólares (873 milhões de euros).
Thongloun Sisoulith,
primeiro-ministro de laos, anunciou quarta-feira à noite que as operações de
resgate das pessoas presas nas suas casas ou em árvores tinham terminado, e que
ficava por descobrir o paradeiro das 131 pessoas dadas como desparecidas, mas
não mencionou dados sobre mortos e feridos, mesmo depois do cônsul tailandês no
Laos ter afirmado que foram recuperados 26 corpos.
"O impacto das inundações é
enorme", admitiu o líder do regime comunista durante um discurso pouco habitual
que realizou quando visitou a província de Attapeu, a principal zona afetada.
"Muitas informações
provenientes de fontes assumem que as pessoas desaparecidas estão mortas (...).
Não posso confirmar se estão vivas ou mortas, apenas que ainda não os
encontrámos", indicou o governador da província, Bounhome Phommasane, que
ofereceu um balanço provisório de apenas um morto.
Pelo menos 13 aldeias em Attapeu
foram inundadas pelos 5.000 milhões de metros cúbicos de água libertados pela
barragem quando desabou.
O projeto desenvolvido pela PNPC
faz parte de um plano nacional para aproveitar a rede fluvial do país e
converter Laos numa fonte geradora de eletricidade limpa para o sudeste
Asiático.
O primeiro-ministro de Laos
anunciou a abertura de uma investigação sobre as causas da catástrofe, se
possíveis falhas técnicas durante a construção ou acumulação de muita água
devido às chuvas intensas registadas na zona.
A água da barragem também já
chegou ao país vizinho Camboja, provocando fortes inundações e milhares de
desalojados, segundo Men Kong, porta-voz da província de Stung Streng.
BZP // PJA
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