Díli, 25 jan (Lusa) -- O Governo
timorense autorizou uma nova companhia aérea a operar na rota entre Díli e a
Indonésia como medida para aumentar a competitividade na ligação e reduzir os
preços, disse à Lusa a responsável do regulador do setor.
"Já aprovámos a abertura de
uma nova frequência para ter um outro operador na ligação com a
Indonésia", disse à Lusa Rosália Ximenes Varela presidente do Conselho de
Administração da Autoridade de Aviação Civil de Timor-Leste (AACTL).
"Timor-Leste não tem aviões
próprios por isso precisamos de recorrer a voos de outros países",
explicou.
Rosália Varela disse que a
autorização permitirá voos para Kupang e Bali e que espera que essas rotas
possam "começar em breve".
Os comentários surgem perante o
aumento da preocupação em Timor-Leste relativamente aos preços cada vez mais
elevados das ligações aéreas para o país.
Em particular no caso da ligação
entre Díli e Bali, a mais movimentada do país, cujos preços mais que duplicaram
nos últimos meses, estando a ser vendidos a preços que variam entre os 400 e os
650, ida e volta.
Sem companhia área própria,
Timor-Leste depende de empresas de outros países para as suas ligações aéreas
sendo que, atualmente, o país é servido por três monopólios, uma para cada um
dos destinos.
Em concreto a australiana Air
North (do grupo Qantas) na ligação até Darwin, as indonésias Nam Air, Sriwijaya
e Citilink (todas do grupo Garuda) na ligação a Bali e, no caso da ligação até
Singapura, voos da Air Timor feitos em formato 'charter' com aviões da SilkAir,
do grupo Singapore Airlines.
"Estamos preocupados com o
assunto e a ver o que podemos fazer", disse Rosália Varela.
Questionado pela Lusa sobre o
assunto, o primeiro-ministro Taur Matan Ruak também admitiu à Lusa preocupação,
recordando que o Governo "defende o mercado livre" onde o preço é
determinado pela oferta e procura.
"É o mercado que determina.
Quando há muita procura o preço aumenta. Quando há menos procura o preço baixa.
Pior ainda quando não há competição", disse.
"É uma questão que vai ser
discutida, esperamos encontrar uma solução. Não acredito que seja tão simples
como a gente pensa, mas espero que consigamos chegar a uma solução",
disse.
Uma das soluções, mas também uma
das opções mais complexas tem sido a possibilidade de Timor-Leste ter uma
empresa aérea nacional.
Florêncio Sanches, diretor
executivo do Serviço de Registo e Verificação Empresarial (SERVE), disse à Lusa
que tem havido interesse crescente nessa possibilidade, mostrando-se disponível
para ajudar no diálogo com o Governo.
"Cinco empresas
contactaram-nos manifestando interesse em estabelecer uma companhia área neste
país. Ainda estão na fase de consultas", disse à Lusa.
"Não é só complicado, mas é
arriscado também. Mas temos que fazer qualquer coisa nesta área. São empresas
de vários países que estão a estudar isso, algumas são empresas aéreas outras
são investidores disponíveis para apostar no setor", explicou.
"Alguns querem voar para
Hong Kong, Sydney, Jacarta e depois daí para outras ligações", disse.
Rosália Varela disse que, até ao
momento, ainda não deu entrada na AACTL qualquer pedido, mas que o regulador
está disponível para ajudar qualquer empresa aérea.
"Estamos abertos a essas
propostas, mas até ao momento ainda não recebemos qualquer proposta ou
candidatura. Estamos sempre preparados para trabalhar com qualquer empresa que
queira trabalhar com Timor-Leste", disse.
ASP // JPF
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